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Evangélicos aderem à campanha de Aécio

A derrota de Marina e a defesa de bandeiras da causa gay assumida pela presidente estão entre os motivos


	Evangélicos em frente ao Congresso: a campanha da petista mandou preparar material específico para os evangélicos
 (Valter Campanato/ABr)

Evangélicos em frente ao Congresso: a campanha da petista mandou preparar material específico para os evangélicos (Valter Campanato/ABr)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2014 às 10h36.

Brasília - A derrota da ex-ministra Marina Silva (PSB) no 1.º turno das eleições presidenciais e a defesa de bandeiras da causa gay assumida pela presidente Dilma Rousseff (PT), como a criminalização da homofobia, fez com que lideranças evangélicas do País migrassem seu apoio para o candidato do PSDB, Aécio Neves.

Além de ter recebido o apoio do presidenciável do PSC, Pastor Everaldo, Aécio Neves obteve a adesão do apóstolo Renê Terra Nova, líder do Ministério Internacional da Restauração, e conta com a simpatia de Robson Rodovalho, da Sara Nossa Terra, e do apóstolo César Augusto, da Igreja Fonte da Vida.

"Ele é uma pessoa mais aberta para diálogo do que a presidente Dilma se mostrou. Além de ser um cara casado, com filho, ter família, uma história de vida mais coerente, é religioso", afirma Rodovalho, que em 2010 ajudou a formular o programa de governo da petista.

"A entrada de Dilma em prol dos homossexuais a afasta (dos evangélicos), com certeza. Isso é um ponto muito importante e queremos posicionamentos", cobra César Augusto.

Eles se juntarão ao líder evangélico mais empenhado na corrente anti-Dilma, Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, e que fez campanha para Everaldo no 1.º turno.

Sobre a possibilidade de Dilma tentar uma aproximação com o meio evangélico, Malafaia disse duvidar que qualquer pastor aceite apoiá-la. "Durante quatro anos, o PT votou em tudo que é contra as nossas crenças e valores. Chega na hora da eleição, vem com essa hipocrisia."

Diante desse cenário, a campanha da petista aposta no mantra de que "voto não tem dono" e montou uma estratégia para buscar esse eleitor, usando discurso que compara as políticas sociais do PT "ao chamado de Jesus para cuidar dos 'mais pequeninos'".

Dilma tem na sua coligação o PRB, partido ligado à Igreja Universal. Também já recebeu elogios do bispo Manoel Ferreira, da Convenção Nacional das Assembleias de Deus, maior denominação pentecostal do País.

Força tarefa

Na tarde de sexta-feira, 10, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, coordenou uma reunião no QG da campanha com deputados e vereadores do PT que tem trânsito entre os evangélicos. A ordem é tentar associar as políticas sociais dos 12 anos de governo do PT a uma mensagem "evangelizadora".

"No 1.º era mais difícil por causa da Marina. São dois políticos. Vamos mostrar quem representa mais o que a gente aprende na igreja por provérbios. Quem fala para os mudos e os necessitados", diz o prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado (PT), que é da Igreja Batista.

A campanha da petista mandou preparar material específico para os evangélicos. Além de dois milhões de panfletos com uma declaração feita por Dilma em visita à Assembleia de Deus do Brás (SP), imprimiram 10 mil encartes intitulados "Mensagem de Dilma aos Evangélicos do Brasil".

Nele, Dilma diz que se "impressiona" com a firmeza dos evangélicos em "responder ao chamado de Jesus para cuidar dos 'mais pequeninos'".

A petista também alega no panfleto que não descumpriu o compromisso assumido em 2010 com os evangélicos, de "não promover nenhuma iniciativa que afronte a família". "Honramos tal compromisso em todo o nosso mandato e o reafirmamos agora", diz o texto.

Segundo fontes que participaram do encontro com Carvalho, os militantes da campanha foram orientados a argumentar, no contato com os fiéis nos templos, que a criminalização da homofobia "não vai ferir a liberdade religiosa". Pastores tratam o projeto como cerceamento da liberdade de expressão nas igrejas.

Eles também devem defender políticas adotadas no governo Dilma, como a aprovação de uma PEC que isentou de tributos obras musicais de artistas brasileiros - inclusive de música gospel - e do apoio dado a comunidades terapêuticas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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