Brasil

Eunício responsabiliza política de preços da Petrobras por greve

Presidente do Senado endureceu as críticas ao governo Teme depois do anúncio das forças nacionais de segurança para desbloqueio de estradas

Eunício Oliveira: "Se eu pudesse fazer, já tinha feito. Agora cabe ao Executivo mudar a política de preços da Petrobras" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Eunício Oliveira: "Se eu pudesse fazer, já tinha feito. Agora cabe ao Executivo mudar a política de preços da Petrobras" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de maio de 2018 às 16h40.

Brasília - O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), endureceu as críticas ao governo Michel Temer, na tarde desta sexta-feira, 25, depois de o Palácio do Planalto anunciar que irá convocar as forças nacionais de segurança para desbloquear as estradas paralisadas pela greve dos caminhoneiros. Na avaliação do emedebista, a política de preços da Petrobras é responsável pela continuidade do piquete.

"As decisões são do Presidente da República, cabe a ele tomar as decisões e responder por elas. Quem define preços da Petrobras é o Executivo. Nós, do Congresso, só podemos achar, não podemos fazer. Se eu pudesse fazer, já tinha feito. Agora cabe ao Executivo mudar a política de preços da Petrobras. No meu entendimento ela está equivocada", disse. "A discussão não é o reoneração (de setores da economia), não houve reinvindicação por parte dos caminhoneiros (nesse sentido). Não é essa a motivação dos caminhoneiros", disse.

Questionado sobre o que enxergava ser o problema da política de preços da estatal, Eunício respondeu que é importante abrir as planilhas da empresa para "conhecer" o que há por trás dessas medidas. "Tem que abrir a planilha de preços da Petrobras. Terça-feira, 29, vai ter um debate na Câmara de uma comissão geral, com deputados e senadores, para se conhecer o que efetivamente temos nessa chamada planilha de preços da Petrobras", explicou.

O presidente do Senado disse ainda que vai pautar, em até 15 dias, o PLC 121/2017, uma das exigências dos caminhoneiros no acordo costurado pelo Palácio do Planalto na quinta-feira.

O PLC 121/2017 está atualmente na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e trata da criação de uma política de preços mínimos do transporte rodoviário de cargas.

"Foi acordado que o PLC 121 pode ser votado em até 15 dias. Eu vou dar urgência ao PLC para trazer ao Plenário. Não é o PLC que está movimentando a greve. O que está movimentando a greve é a política equivocada de preços da Petrobras", voltou a enfatizar.

"Eles (caminhoneiros) fizeram uma única reivindicação: o PLC 121. Vou fazer o requerimento de urgência, pegar a assinatura do líder do governo e de outros líderes, fazer a urgência, votar a urgência e fazer o projeto ser debatido e votado no Plenário. O que eu me comprometi será cumprido", acrescentou.

Por fim, Eunício voltou a dizer que o Congresso está de plantão e os senadores permanecerão de sobreaviso no fim de semana para, se necessário, votar alguma medida em caráter emergencial.

Acompanhe tudo sobre:CaminhoneirosCombustíveisEunício OliveiraGrevesPetrobrasSenado

Mais de Brasil

Inmet prevê chuvas intensas em 12 estados e emite alerta amerelo para "perigo potencial" nesta sexta

'Tentativa de qualquer atentado contra Estado de Direito já é crime consumado', diz Gilmar Mendes

Entenda o que é indiciamento, como o feito contra Bolsonaro e aliados

Moraes decide manter delação de Mauro Cid após depoimento no STF