O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota: Patriota e Shannon se reuniram ontem (9) à tarde no prédio do Itamaraty. (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2013 às 15h55.
Brasília – Em reunião com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, o embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon, comprometeu-se a organizar uma equipe de especialistas em vários setores associados às comunicações para investigar as denúncias de espionagem de cidadãos brasileiros por agências norte-americanas. Diplomatas que acompanharam a reunião informaram à Agência Brasil que Shannon disse que está disposto a colaborar com as autoridades brasileiras.
O embaixador norte-americano entregou a Patriota um documento, de uma página, informando a criação do grupo de especialistas e se comprometendo a colaborar. Antes, o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, enviou ao Departamento de Estado norte-americano, por intermédio da Embaixada dos Estados Unidos, nota cobrando explicações.
No texto, o governo brasileiro pede explicações sobre as “alegadas denúncias de espionagem”. A expressão utilizada pelas autoridades brasileiras não foi contestada pelos norte-americanos.
Patriota e Shannon se reuniram ontem (9) à tarde no prédio do Itamaraty. Antes, o chanceler esteve com a presidenta Dilma Rousseff. No domingo (7), quando vieram à tona as denúncias de espionagem, o embaixador norte-americano conversou com o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Eduardo dos Santos, na casa do brasileiro em Brasília.
Reportagens publicadas no jornal O Globo informam que por intermédio do acesso a dados obtidos pelo norte-americano Edward Snowden, que trabalhava em prestadora de serviços para a Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, há indicações de que cidadãos brasileiros tenham sido monitorados.
As reportagens mostram ainda que havia uma espécie de escritório da NSA em parceria com a Agência de Serviço de Inteligência norte-americana (CIA) em Brasília. O embaixador dos Estados Unidos no Brasil negou a veracidade das informações, mas não entrou em detalhes.