O secretário americano do Tesouro, Timothy Geithner, fará proposta para Dilma Rousseff (Chung Sung-Jun/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2011 às 09h23.
Washington - Os Estados Unidos querem formar uma frente com o Brasil contra a proposta do presidente da França, Nicolas Sarkozy, de adoção de controle sobre o aumento de preços das commodities agrícolas. Esse será um dos principais temas da reunião ministerial do G-20 grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, marcada para o período de 17 a 19 de fevereiro, em Paris.
A aliança entre dois dos maiores produtores mundiais de alimentos será proposta pelo secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, à presidente Dilma Rousseff na próxima segunda-feira.
Como preparação para o encontro do G-20, Geithner pretende ainda extrair um apoio mais claro do Brasil à campanha dos EUA em favor da mudança na política cambial da China. O objetivo americano tem sido deter - e reverter - a desvalorização artificial do iuane. Nos últimos meses, o Ministério da Fazenda passou a adotar um discurso mais próximo ao americano nessa questão.
Uma autoridade do Departamento do Tesouro afirmou ser este “um bom momento para o Brasil e os EUA trabalharem juntos no desafio de administrar os riscos ainda presentes ao crescimento da economia mundial”. Entre eles, os provocados pelo desvio da política cambial chinesa das regras de mercado.
No caso dos controles sobre os preços das commodities, o apoio do Brasil será disputado entre EUA e, com menor chance, França. Na semana passada, Sarkozy enviou uma carta a Dilma Rousseff - sua primeira correspondência com a nova presidente - sobre sua prioridade no G-20 na redução da volatilidade e da especulação dos preços dos alimentos. Sarkozy defende a adoção de medidas de transparência e de limites aos valores das transações.
A iniciativa afetaria duramente os setores produtores do Brasil e dos EUA - bem como da Argentina e do Canadá. Os planos de safra já se adequaram à perspectiva de preços mais elevados, em função do aumento da demanda mundial em um ambiente de maior crescimento econômico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.