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Eu falei inverdades, diz ex-mulher de Bolsonaro

"Eu falei inverdades. Não menti, mas falei coisas num estado de nervos", disse a advogada Ana Cristina Valle

Candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de setembro de 2018 às 12h16.

Resende - A advogada Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), disse neste sábado, 29, que "falou inverdades" ao afirmar à Justiça, em 2007, que ele ocultara patrimônio nas eleições de 2006 e tinha renda incompatível com seus ganhos como deputado federal e militar da reserva. Ela afirmou que agiu por mágoa da separação e que nunca sofreu agressões do ex.

"Eu falei inverdades. Não menti, mas falei coisas num estado de nervos", disse, ao participar de um ato de apoio ao candidato em Itatiaia, no Sul Fluminense, município vizinho a Resende, onde mora, nesta manhã.

Segundo publicou a revista Veja, consta do processo de separação que Bolsonaro ocultou patrimônio da justiça eleitoral no pleito de 2006 - teria o equivalente a R$ 4 milhões à época mas declarou R$ 433.934 -, que roubou um cofre com joias e valores em espécie que pertenciam à ex e que agia com "desmedida agressividade" como marido. Sua renda então seria incompatível com seus ganhos(R $ 100 mil, ante dois proventos, de R$ 26,7 mil e R$ 8,6 mil).

Ao responder a jornalistas sobre a questão da renda dele, a ex-mulher declarou ser "tudo compatível": "É uma mentira minha. Nunca recebi pensão dele, só para o meu filho. Na hora (da separação) a gente quer dar uma cutucada no homem. Eu não tenho mais nada a falar, ele já disse no vídeo e na entrevista. Toda separação é difícil. Ambos os lados ficam magoados. Eu tenho temperamento forte. A gente não queria separar. Quando separa, dá umas cotoveladas, como ele diz".

Agressões

Sobre a informação de que ele era agressivo como marido, afirmou que nunca foi agredida por ele. "Jair é um bom pai e ex-marido. Falei besteira. Ninguém se casa querendo se separar. A única separação boa será a do PT", disse. Em relação ao cofre roubado, disse que o culpado foi um "rapaz que já foi preso".

Boa relação

Candidata a deputada federal pelo Podemos com o nome de Cristina Bolsonaro, ela sustenta que hoje tem uma boa relação com o ex-marido, e utiliza como credencial o relacionamento do passado.

Nas redes sociais, Cristina, que é mãe de Jair Renan, 4º filho de Bolsonaro (são cinco no total), se apresenta assim: "Sou Cristina Bolsonaro, ex-esposa do nosso candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro". Na quinta, ela compartilhou um comunicado que dizia: "Estou com o povo brasileiro e meu completo e incondicional apoio ao meu futuro presidente Jair Messias Bolsonaro. Caso eleita (...) vou ajudar nosso presidente Jair Bolsonaro a consolidar seus projetos e anseios".

Na quarta-feira, a advogada negou à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo ter acusado o ex-marido de ameaçá-la de morte, como consta de um documento interno do Itamaraty revelado pela Folha de S.Paulo: "Numa separação sempre há tensões, mas jamais falei aquilo (de que havia ameaçada de morte), nem meu (atual) marido falou. Não faço ideia de como surgiu essa história", afirmou, em Resende.

Jair Renan nasceu em 1998. O casamento durou, no total, 16 anos. A separação foi em 2007 e, dois anos depois, Cristina foi morar na Noruega, onde se casou novamente.

Segundo publicou a Folha de S.Paulo, ela fugia de ameaça de morte de Bolsonaro. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Cristina alegou na quarta-feira que apenas "quis mudar de ares". Neste sábado, ela voltou a afirmar que nunca foi ameaçada por Bolsonaro e que não falou ao Itamaraty sobre qualquer risco à época.

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