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"Eu era o bobo da corte do governo", disse Marcelo Odebrecht

O ex-presidente da Odebrecht detalhou que tinha contato frequente com o alto escalão do governo

Marcelo Odebrecht: ele foi preso em junho de 2015, no âmbito da Lava Jato, acertou delação premiada, e deve permanecer na carceragem da PF em Curitiba até o final deste ano (Bloomberg)

Marcelo Odebrecht: ele foi preso em junho de 2015, no âmbito da Lava Jato, acertou delação premiada, e deve permanecer na carceragem da PF em Curitiba até o final deste ano (Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de março de 2017 às 23h00.

Brasília - Em depoimento à Justiça Eleitoral nesta quarta-feira (1), Marcelo Odebrecht disse que se sentia o "bobo da corte" do governo federal.

Ao falar sobre a situação da empreiteira baiana que leva seu sobrenome, o ex-presidente do conglomerado demonstrou descontentamento por ter sido obrigado a entrar em projetos que não desejava e a bancar repasses às campanhas eleitorais, sem receber as contrapartidas que julgava necessárias.

Marcelo foi preso em junho de 2015, no âmbito da Operação Lava Jato, acertou delação premiada, e deve permanecer na carceragem da Polícia Federal em Curitiba até o final deste ano.

O ex-presidente da Odebrecht detalhou que tinha contato frequente com o alto escalão do governo. "Eu não era o dono do governo, eu era o otário do governo. Eu era o bobo da corte do governo", disse Marcelo.

Ele também se mostrou incomodado por divergências com seu pai, o patriarca e presidente do Conselho de Administração do Grupo Odebrecht, Emilio Odebrecht, quanto a projetos em que a empresa apoiava o governo.

O ex-presidente da empreiteira foi ouvido pelo ministro Herman Benjamin, relator da ação que tramita no Tribunal Superior Eleitoral e investiga a chapa formada por Dilma e Michel Temer na campanha eleitoral de 2014.

No depoimento, Marcelo Odebrecht falou ainda sobre a "naturalidade" do caixa 2 em campanha eleitoral, defendeu a legalização do lobby e deixou claro que a Odebrecht não era a única empresa a usar doações para conquistar apoio político. O caixa 2, segundo ele, envolve pagamento de propinas.

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