Brasil

Estudantes reocupam escola em SP após fraude nas merendas

Colégio havia sido um dos locais tomados pelos jovens durante a mobilização iniciada em 2015 contra a reorganização escolar


	Estudantes das escolas públicas de SP protestam contra fraude nas merendas
 (Rovena Rosa/ Agência Brasil)

Estudantes das escolas públicas de SP protestam contra fraude nas merendas (Rovena Rosa/ Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2016 às 13h40.

São Paulo - Durante a madrugada de hoje (30), estudantes voltaram a ocupar a Escola Estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na zona oeste paulistana.

O colégio havia sido um dos primeiros locais tomados pelos jovens durante a mobilização iniciada no fim de 2015 contra a reorganização escolar proposta pelo governo estadual. O prédio ficou sob controle dos secundaristas do dia 10 de novembro até o dia 4 de janeiro deste ano.

O grupo entrou na escola por volta das 2h40 de hoje e pretende permanecer no local por tempo indeterminado. Os estudantes protestam contra a falta de merenda e as denúncias de corrupção nos contratos da alimentação dos alunos da rede estadual.

Na tarde da última quinta-feira (28), os secundaristas já haviam ocupado o Centro Paula Souza, autarquia responsável pela administração do ensino técnico no estado.

Os jovens também acusam o governo de São Paulo de ter mantido disfarçadamente o processo de reorganização escolar que foi suspenso após a mobilização do ano passado.

“Também tem o fechamento de salas, foram mais de 1,3 mil no estado. Períodos fechados. Aluno que teve de mudar de escola ou de turno. Na [escola] Fernão Dias, dois segundos anos [duas turmas do ensino médio] tiveram que ir para o turno da noite porque não tinha o turno da tarde”, disse a estudante Manuela Day, de 15 anos, ao falar sobre as reivindicações do movimento.

O processo de reorganização que seria implantado pelo governo do estado previa o fechamento de 93 escolas e a transferência de 311 mil alunos para instituições e turnos diferentes. As medidas foram interrompidas após a série de protestos e ocupações.

De manhã, continuavam a chegar mais estudantes para fortalecer a ocupação da escola. Alguns pais e simpatizantes traziam sacolas com alimentos. A expectativa era a de haver uma assembleia para decidir os rumos do movimento.

“Agora, tá todo mundo dormindo lá dentro. Estamos com cerca de 80 pessoas. A gente está descansando um pouco para poder conversar, reunir comissões”, disse Manuela, que é aluna da Escola Godofredo Furtado, também na zona oeste.

A Polícia Militar faz ronda constante com viaturas no entorno da escola. Segundo Manuela, durante a madrugada os policiais usaram spray de pimenta para tentar conter a ação dos jovens.

Os estudantes continuam se articulando e, de acordo com Manuela, pode haver novas ocupações em breve. No ano passado, cerca de 200 escolas chegaram a ser tomadas pelos jovens.

Fraudes

Uma força-tarefa da Polícia Civil e do Ministério Público investiga, na Operação Alba Branca, deflagrada no dia 19 de janeiro, um esquema de fraudes na compra de merenda escolar de prefeituras e do governo paulista.

Segundo o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), de Ribeirão Preto, as fraudes na contratação da merenda, entre 2013 e 2015, envolvem 20 municípios.

Os contratos sob suspeita chegam a R$ 7 milhões, dos quais R$ 700 mil foram, segundo os promotores, destinados ao pagamento de propina e comissões ilícitas.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasFraudesMetrópoles globaisMinistério PúblicoPolícia CivilPolítica no BrasilProtestossao-paulo

Mais de Brasil

Qual o valor da multa por dirigir embriagado?

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha