Brasil

Estudantes pedem maior transparência para o Enem

Inscritos acreditam que valem a pena as tentativas judiciais e a mobilização contra erros na prova


	Estudantes se preparam para o Enem: além de problemas no edital e critérios de correção, o histórico de fraudes do exame é um capítulo à parte no Judiciário
 (Agência Brasil)

Estudantes se preparam para o Enem: além de problemas no edital e critérios de correção, o histórico de fraudes do exame é um capítulo à parte no Judiciário (Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2013 às 09h48.

São Paulo - Por causa do Enem, a virada de 2011 para 2012 não foi boa para Michael Cerqueira de Oliveira. O estudante de São Paulo, de 19 anos, recorreu à Justiça após descobrir que tivera a redação da prova anulada, o que frustraria seu sonho de entrar na universidade. "Foi uma preocupação. Minha família toda rezava para que desse certo", conta.

Com a ajuda da escola onde cursou o ensino médio, ele entrou com ação individual contra o Inep. O órgão se antecipou à decisão judicial e atendeu ao pedido do jovem, mudando a nota de zero para 880 (em mil) - o primeiro caso conhecido de alteração do resultado. Cerqueira diz, porém, que até hoje não sabe os motivos da anulação.

Para ele, seu caso foi importante para iniciar a jurisprudência sobre o assunto e promover ajustes. "Depois disso houve mudança de regras e aumento do número de corretores", afirma. Apesar do imbróglio, ele não precisou da nota do Enem: ingressou no curso de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas, que adota vestibular próprio.

Já o estudante de Goiânia José Marcos Coelho Júnior, de 20 anos, não teve a mesma sorte. Ele conseguiu liminar favorável à revisão da prova corrigida. O Inep, contudo, se negou a mudar a nota após a reavaliação e Coelho não conseguiu a vaga desejada no curso de Medicina.

Inscrito no Enem pela quinta vez, ele acredita que valem a pena as tentativas judiciais e a mobilização contra erros na prova. "Ainda é preciso fazer com que o Ministério da Educação seja mais transparente", aponta.

Episódios criminais

Além de problemas no edital e critérios de correção, o histórico de fraudes do exame é um capítulo à parte no Judiciário. Em agosto deste ano, o professor Jahilton Motta, do Colégio Christus, foi condenado a 6 anos de reclusão pelo vazamento de questões em 2011. Já a denúncia contra outros quatro acusados - duas representantes do Inep, entre eles - não foi aceita.

Em relação ao furto de provas da gráfica em 2009, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo após tentativa de venda do material à reportagem, a Justiça condenou quatro dos cinco acusados.

Acompanhe tudo sobre:Educação no BrasilEnemgestao-de-negociosMEC – Ministério da EducaçãoTransparênciaVestibulares

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP