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Estudantes pedem federalização da Gama Filho

Estudantes das universidades que foram descredenciadas pelo MEC fizeram uma manifestação no centro da cidade

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2014 às 21h56.

Rio de Janeiro – Estudantes da Universidade Gama Filho (UFG) e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), que foram descredenciadas ontem (13) pelo Ministério da Educação (MEC), fizeram hoje (14) uma manifestação no centro da cidade. A concentração foi na Igreja da Candelária, de onde os estudantes saíram por volta de 18h30 pela Avenida Presidente Vargas até a Central do Brasil.

Com palavras de ordem e cartazes, os estudantes diziam que o descredenciamento não é a solução para os problemas das duas instituições e pediam intervenção federal com possibilidade de federalização. De acordo com a Polícia Militar, a passeata chegou a reunir cerca de mil pessoas. Os organizadores do movimento anunciaram a presença de 1.500 estudantes.

O coordenador-geral de Exatas do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Gama Filho, Anderson Diniz, aluno do curso de engenharia elétrica, ressaltou que os estudantes pediram uma solução ao MEC, mas entendem que o descredenciamento das duas instituições não resolve os problemas.

“Nosso plano principal sempre foi a intervenção, sempre foi buscar a federalização da Gama Filho, porque sabíamos que isso era possível. Tínhamos estudos de casos, levamos para Brasília, levamos ao [ministro da Educação Aluísio] Mercadante, que foi omisso. Ele disse que a única intervenção que poderia fazer a mais era descredenciar, que já havia feito o TSD [Termo de Saneamento de Deficiências], que já tinha feito o cancelamento do vestibular, mas essa não era a intervenção que queríamos”, reclamou Anderson.

Ele citou o exemplo da Universidade Federal do Pampa (UniPampa), com sede em Bagé, Rio Grande do Sul, criada por lei em 2008. De acordo com matéria publicada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro-RS), a Unipampa surgiu do processo de mobilização em favor da Universidade da Região da Campanha (Urcamp), a partir de 2005.


No protesto de hoje, os estudantes também refutaram o argumento do MEC de que a qualidade do ensino nas instituições é ruim e defenderam os professores.

“O problema sempre foi o [Grupo] Galileo [Educacional – mantenedora das instituições], o ensino da Gama Filho nunca foi questionado, nossos professores são mestres, doutores, aqueles que não são doutores estão buscando o doutorado. Temos excelência em engenharia, medicina, educação física, história, toda a parte de humanas também. Então, não tem por que fechar a Gama Filho. Porque não desfazer a mantença e voltar para a família, que tinha investidores?”, questionou Diniz.

Durante a passeata, o deputado estadual Robson Leite (PT), que foi relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Universidades Privadas na Assembleia Legislativa do Estado Rio de Janeiro (Alerj) em 2012, informou que os estudantes receberam um manifesto assinado pelos reitores das universidades federais do Rio de Janeiro e Cefets apoiando a federalização da Gama Filho e da UniverCidade como melhor solução para o problema.

O MEC, porém, diz que não há possibilidade de federalizar a UFG e a UniverCidade e que, após todas as tentativas de resolver os problemas, o descredenciamento foi a última opção. Agora, o MEC vai acompanhar a transferência assistida dos alunos para outras faculdades.

Mais cedo, o presidente do Grupo Galileo Educacional, Alex Porto, pediu que os alunos da UGF e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade ) tenham “um pouco de paciência”, e pediu desculpas pelo descredenciamento.

Os estudantes marcaram para esta quinta-feira (16) um ato em frente ao Ministério Público Federal, das 16h às 18h, para pedir a intervenção do órgão no caso.

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