Brasil

Estudantes pedem adoção de sistema de cotas no vestibular da USP

A proposta pede a garantia de reserva de 50% das vagas para alunos do ensino médio pública

USP: a USP adota o Sistema de Seleção Unificada do MEC (Francisco Emolo/Jornal da USP/Divulgação)

USP: a USP adota o Sistema de Seleção Unificada do MEC (Francisco Emolo/Jornal da USP/Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 28 de junho de 2017 às 17h15.

Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) favoráveis à adoção do sistema de cotas fizeram no início da tarde de hoje (28) um ato em frente à Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) para pressionar a direção da universidade a votar a proposta feita pelo Núcleo de Consciência Negra da USP e protocolada no Conselho de Graduação da USP (CoG) no último dia 18 de maio e que pede a reserva de vagas para estudantes de escolas públicas.

A proposta pede a garantia de reserva de 50% das vagas para alunos do ensino médio pública, dos quais 16,25% para candidatos do ensino médio público independentemente de etnia e renda; 16,25% para candidatos do ensino médio público independentemente de etnia, mas com renda familiar per capita inferior a um salário mínimo e meio; 17,5% para candidatos pretos, pardos e indígenas que tenham estudado em escolas públicas.

Atualmente, a USP adota o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação, como alternativa de entrada ao vestibular tradicional.

Segundo os ativistas, o Sisu permite que, em alguns cursos, haja reserva de vagas para alunos de escolas públicas, negros e indígenas.

Mas a seleção abrange no máximo 30% das vagas oferecidas e não assegura que todos os cursos tenham vagas reservadas.

"Algumas unidades destinaram só 20% ou 15% das vagas para o Sisu. Outras unidades só abriram vagas para o Sisu em ampla concorrência, como a Escola Politécnica, onde, por consequência, o percentual de ingressantes de escola pública caiu de 22% para 13%, de 2016 para 2017", disse Thatiane Lima Gomes, da Gestão no Núcleo de Consciência Negra da USP.

No último dia 30 de maio, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aprovou a implementação de cotas sociais e raciais para o ingresso na universidade, deixando a USP como a única estadual paulista a não adotar cotas no seu principal vestibular, a Fuvest.

"Todo ano, no primeiro semestre, é momento de mobilização por cotas e, neste ano, inspirados pela Unicamp, atualizamos o projeto e protocolamos. Em 2015 também protocolamos, mas ele não entrou em discussão naquele momento. A USP usa saídas alternativas que não resolvem a baixa quantidade de negros e de alunos de escola pública", disse Thatiane.

Segundo ela, é preciso lembrar que a USP é uma universidade pública e, por isso, é importante ampliar o acesso à população de baixa renda.

"É sabido que a USP é uma universidade branca, elitista. É preciso dar representatividade à população que não está na universidade. Sabemos que 80% da população estuda em escola pública e na USP a maior parte é oriunda do ensino privado."

Acompanhe tudo sobre:Ensino superiorFaculdades e universidadesUSPCotas

Mais de Brasil

Prefeitura de São Paulo vai suspender o rodízio no final do ano; veja datas

Sorocaba confirma 10ª morte por metanol no estado de São Paulo

PF faz operação contra fabricação clandestina de canetas emagrecedoras

Megaoperação mira grupo Fit por suspeita de sonegação de R$ 26 bi