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Estudantes "atrasados" no Rio não eram candidatos do Enem

Coletivo de Midiativistas Mariachi divulgou no Facebook um vídeo em que mostra a farsa, postado com o título “Sabotando o Enem”


	Encenação: candidato Vitor Gomes chega "atrasado" e tenta pular portão para fazer o Enem na Uerj
 (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Encenação: candidato Vitor Gomes chega "atrasado" e tenta pular portão para fazer o Enem na Uerj (Fernando Frazão/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2015 às 17h23.

Rio de Janeiro - Após o noticiário de diversos meios de comunicação - entre eles a Agência Brasil - sobre estudantes que chegaram atrasados e perderam a prova do Enem no Rio de Janeiro no sábado (24), o coletivo de Midiativistas Mariachi divulgou no Facebook um vídeo em que mostra a farsa, postado com o título “Sabotando o Enem”.

Até as 17h de hoje (16), o vídeo tinha quase 700 compartilhamentos e mais de mil curtidas.

No vídeo, o apresentador fala em conferir o “sensacionalismo da mídia” na cobertura do Enem. Na entrada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), são mostrados candidatos que chegam correndo nos últimos minutos e entra uma música dramática no momento em que os portões são fechados.

Em seguida, dois jovens chegam alegando atraso por causa do trânsito e dão entrevistas para um grupo de jornalistas. Na sequência, os mesmos jovens se identificam como estudantes da Uerj. 

Questionado pelo apresentador do vídeo sobre o real motivo da encenação, o jovem confirma: “Vim para sacanear mesmo. Não estou fazendo nada em casa mesmo. Vou pro Trocador de Calor, a chopada da Engenharia Química.”

De acordo com a explicação do post, o objetivo do vídeo é questionar o “grande circo midiático” que se forma em torno de quem chega atrasado para fazer a prova.

Segundo Altamiro Borges, do blog do Miro e do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, é irresponsável a cobertura com os estudantes atrasados que perdem a prova.

“Chega a ser meio hipócrita. Em qualquer lugar você tem horários. Então, ao invés de discutir a abrangência do Enem, a grande participação é discutir o próprio temário, que este ano chamou a atenção por essa chamada pauta feminista, num momento histórico em que há muito machismo na sociedade e na própria mídia. Em vez de discutir coisas sérias, você discute quem atrasou.”

Altamiro ressaltou que, pelo fato de já ser conhecido o sensacionalismo em torno do tema, a mídia acaba sendo usada como holofote por pessoas que querem aparecer.

“Nós estamos vivendo uma fase no Brasil onde delator vira herói, onde bandido vira herói, onde documentos são repassados de forma seletiva para criar sensacionalismo. Mas estamos vivendo uma fase onde pessoas tentam também aparecer com base nessa onda pessimista. Infelizmente, a mídia acaba nutrindo esse tipo de sentimento. Às vezes, por objetivos políticos, ela [a mídia] acaba tendo uma postura que é contra o Brasil, o que é lamentável”.

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