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Estrangeiros são maioria entre presos por tráfico em Cumbica

Dentre eles, a maioria é nigeriana, seguida por sul-africanos, espanhóis e portugueses


	Cocaína: dentre eles, a maioria é nigeriana, seguida por sul-africanos, espanhóis e portugueses
 (Australian Federal Police/AFP)

Cocaína: dentre eles, a maioria é nigeriana, seguida por sul-africanos, espanhóis e portugueses (Australian Federal Police/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2016 às 16h56.

Estudo feito por integrantes da Justiça Federal e da Defensoria Pública Federal, e apresentado hoje (1º) no Aeroporto internacional de São Paulo/Guarulhos, mostra que o perfil da maioria dos presos em flagrante neste terminal por tráfico de drogas é de homem estrangeiro com idade de 34 anos, predominantemente de nacionalidade africana e europeia (espanhóis e portugueses).

O levantamento Tráfico Internacional de Entorpecentes – O Fluxo no Maior Aeroporto Internacional do Brasil foi feito entre dezembro de 1999 e dezembro de 2013, por amostragem, com base em 947 processos penais.

Do total de casos analisados, 63% eram homens e 73,8% dos presos estrangeiros, sendo que 8,76% composto por pessoas nascidas na Nigéria; 7,65% eram sul-africanos; 3,52% espanhóis e 2,41% portugueses.

Segundo o juiz federal Jorge Alberto Araújo, um dos pesquisadores, o objetivo da pesquisa foi conhecer esses réus, fazer uma análise da situação penal de cada um e, a partir desse mapeamento, buscar uma solução para a assistência necessária aos presos tanto durante o processo, em eventual soltura, ou mesmo após o cumprimento da pena.

Um dos apoios já em andamento é a construção de um albergue para 25 pessoas, que vai funcionar em Guarulhos para receber aqueles que já tiveram sua situação solucionada na Justiça, mas ainda enfrentam embaraços com a documentação necessária para permanecerem legalmente no país, trabalhar ou mesmo aguardar o momento de voltar ao país de origem. Essa unidade de acolhimento faz parte do Programa de Ressocialização de Réus Estrangeiros.

De acordo com o estudo, 97% das apreensões de drogas eram de cocaína e o volume médio encontrado com cada um dos flagrados em delito foi 3,63 quilos. Os 3% restante das drogas recolhidas eram ecstasy (1%); heroína (1%) e outros (1%).

Segundo o chefe da Delegação da Polícia Federal de Cumbica, Marcelo Ivo, de janeiro a julho deste ano, as apreensões de drogas nesse terminal aumentaram mais de 50%, somando 1,2 tonelada, o que respresenta quase todo o volume registrado ao longo do ano passado, quando foi interceptada 1,5 tonelada.

o delegado informou ainda que a maioria é cocaína procedente de países da América do Sul, principalmente, Bolívia, Peru e Colômbia, entra no Brasil por via terrestre tem como destino a África, como meio de chegar à Europa, em especial, à Holanda.

“Aumentamos a fiscalização e estamos contando com maior cooperação em nível internacional. Nosso grande desafio é desenvolver uma investigação para identificar os verdadeiros proprietários da droga. Já tivemos casos desvendados com a ajuda de mulas [pessoas que transportam as drogas]”, disse Marcelo Ivo.

Para camuflar os entorpecentes, há uma enorme gama de artifícios. A droga pode estar escondida em uma peça íntima ou entre a engrenagem de aparelhos eletrônicos, peças de automóveis, frutas, cereais, chocolates e pranchas de surfe.

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