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Estima-se que Zelada movimentou 11 mi de euros no exterior

Zelada foi citado por delatores presos nas fases anteriores da operação como um dos beneficiários do esquema de corrupção da Petrobras


	Jorge Zelada em depoimento à CPI que investiga denúncias de corrupção na Petrobras
 (Geraldo Magela/Reuters)

Jorge Zelada em depoimento à CPI que investiga denúncias de corrupção na Petrobras (Geraldo Magela/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2015 às 13h44.

O ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Jorge Zelada, preso hoje (2) na 15° fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), teria recebido valores indevidos em operações na estatal como o aluguel de navios-sonda e fez remessas de dinheiro para a China e transferência de recursos entre a Suíça e Mônaco após o início da Lava Jato.

As informações foram divulgadas nesta quinta-feira, em entrevista na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.

“Temos valores e temos indicativos fortes de que havia problema na área de sonda da Petrobras. E movimentação [de recursos] no exterior posterior ao início da Lava Jato com remessas bancárias para a China, o que indica uma continuidade do crime de lavagem de dinheiro que motivou principalmente a prisão”, disse o procurador Carlos Fernando Santos Lima. 

Segundo ele, também houve transferência de dinheiro da Suíça para Mônaco, o que indicaria o interesse de ocultar valores.

A estimativa é de que foram 11 milhões de euros transferidos entre os países da Europa, segundo o procurador. Carlos Fernando Lima acrescentou que os recursos seriam incompatíveis com a renda do ex-diretor.

Zelada foi citado por delatores presos nas fases anteriores da operação como um dos beneficiários do esquema de corrupção na estatal.

O ex-diretor foi preso pela manhã, no Rio de Janeiro, e será transferido para a Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. A previsão é que ele chegue na cidade às 14h. Também foram apreendidos documentos na casa de Zelada e na residência da ex-esposa.

O procurador Carlos Fernando Santos Lima disse que a 15° fase da Operação Lava Jato, chamada de Operação Mônaco, marca o encerramento da fase de investigações nas diretorias da Petrobras. No entanto, explicou que as investigações na estatal não estão esgotadas.

“ Depois de um ano e meio dessa fase de investigação cremos que não tem indicativos de maiores desvios em outras diretorias, com outros diretores.

Não posso dizer que não vão surgir [novos indícios] porque me surpreendo a cada dia com o nível de provas que conseguimos. Mas o núcleo básico já está bem delineado”, disse o procurador.

O núcleo básico citado por Carlos Fernando Lima é formado por quatro ex-diretores da Petrobras que foram presos: Nestor Cerveró, da área Internacional antecessor de Zelada; Renato Duque, da área de Serviços e Engenharia; Paulo Roberto Costa, da área de Refino e Abastecimento e Jorge Zelada.

De acordo com a Polícia Federal, os investigados na operação responderão pelos crimes de corrupção, fraude em licitações, desvio de verbas públicas, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

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