André Esteves, presidente do BTG: o banqueiro saiu em um carro da PF e foi levado para o Instituto Médico Legal (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2015 às 07h38.
Rio e Brasília - O sócio do banco de investimentos BTG Pactual André Esteves foi transferido na noite desta quinta-feira, 26, da sede da Polícia Federal, no centro do Rio, para o presídio Ary Franco, em Água Santa, na zona norte, e de lá, para Bangu 8, na zona oeste da capital.
A transferência ocorreu depois que o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, negou pedido dos advogados do banqueiro para revogar sua prisão temporária e autorizou a transferência de Esteves.
O banqueiro saiu em um carro da PF e foi levado para o Instituto Médico Legal, onde passou por exame de corpo de delito. De lá, seguiu para o Ary Franco, que é considerado um dos piores do sistema penal fluminense, onde passou por uma triagem.
Em 2012, o Subcomitê de Prevenção à Tortura das Organizações das Nações Unidas recomendou o fechamento da unidade. Por ali, já passaram o ex-deputado federal Roberto Jefferson, condenado pelo mensalão, e o ex-banqueiro Salvatore Cacciola, condenado por peculato e gestão fraudulenta.
Pouco antes da meia-noite, o banqueiro saiu do Ary Franco e seguiu para a penitenciária Bangu 8, na zona oeste, onde deve permanecer.
Gravação
Esteves foi preso na quarta-feira, 25, suspeito de obstruir as investigações da Operação Lava Jato. O banqueiro o senador Delcídio Amaral (PT-MS) - também preso anteontem - tentaram comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, diz a Procuradoria-Geral da República.
De acordo com o Ministério Público, com base em conversas gravadas pelo filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, o senador petista ofereceu uma mesada de R$ 50 mil para evitar que o ex-diretor da Petrobras mencionasse o congressista e o BTG Pactual em eventual acordo de delação premiada.
A verba seria financiada por André Esteves, segundo conversas entre o parlamentar, o então advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, o filho do ex-diretor e o chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira. O advogado e o chefe de gabinete também foram presos na quarta.
Defesa
O advogado de Esteves, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, alegou ao STF que a prisão temporária do banqueiro foi baseada "única e exclusivamente" na fala de Delcídio. Ele nega que Esteves conheça Cerveró, Bernardo, o chefe de gabinete de Delcídio e o advogado Edson Ribeiro.
Segundo o criminalista, o banqueiro conhece Delcídio assim como tem contato com outros parlamentares. A prisão temporária do banqueiro expira no domingo, e pode ser prorrogada ou convertida em prisão preventiva. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.