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Estado planeja novo túnel para ligar estações na Paulista

Ideia é diminuir o tempo de travessia dos atuais 8 minutos e 20 segundos, em média, para 4 minutos e 40 segundos


	Estação Paulista da Linha Amarela de metrô, em São Paulo: ideia é diminuir o tempo de travessia dos atuais 8 minutos e 20 segundos
 (Arquivo/Veja São Paulo)

Estação Paulista da Linha Amarela de metrô, em São Paulo: ideia é diminuir o tempo de travessia dos atuais 8 minutos e 20 segundos (Arquivo/Veja São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2016 às 09h20.

São Paulo - A concessionária ViaQuatro, que administra a Linha 4-Amarela do Metrô, vai construir mais um túnel para facilitar a baldeação entre as Estações Paulista, da Linha 4, e Consolação, da Linha 2-Verde do Metrô.

A ideia é diminuir o tempo de travessia dos atuais 8 minutos e 20 segundos, em média, para 4 minutos e 40 segundos.

Os cálculos são da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e da concessionária. A obra deve começar até o início do próximo ano, sem previsão de entrega.

"O formato do túnel atual causa um gargalo", observa o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni. Em média, 22,5 mil passageiros passam por ali por hora nos horários de pico.

Os estudos da companhia apontam que essa quantidade pode saltar para mais de 35 mil pessoas em 2019, com a chegada dos futuros usuários da Linha 6-Laranja e das extensões das Linhas 5-Lilás e da própria 4-amarela.

Essa nova travessia substitui a antiga ideia de abrir uma saída para passageiros pela Rua Bela Cintra. As simulações feitas até agora também levaram ao abandono pelo Estado da ideia de alargar a passagem atual, que tem 300 metros.

O gargalo surge no "cotovelo" formado pelos corredores próximos do mezanino da Linha 4, que recebem passageiros dos dois lados.

Com a nova proposta, os usuários que desembarcam pela Estação Paulista terão acesso exclusivo pela passagem nova (que deve ter cerca de 50 metros a mais, apesar da redução no tempo final de trajeto) até a área das esteiras.

Da mesma maneira, quem desce na Consolação vai continuar usando o túnel que já existe na parte final do trajeto, mas não terá de dividir espaço com pessoas no fluxo contrário.

Na prática, o cenário só ficará igual ao atual nos cerca de 90 metros de esteiras, que continuarão sendo de "mão dupla". Procurada, a ViaQuatro explicou que, "até a presente data, há estudos de alternativas, porém, sem definição do traçado".

Para acelerar o novo túnel, o governo planeja passar a execução para a ViaQuatro. A proposta já teve parecer favorável da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e aguarda posicionamento do Conselho Paulista das Parcerias (CPP). "A concessionária privada vai fazer o projeto.

Eu aprovo tecnicamente, com a ajuda do Metrô, eles me apresentam os valores e podemos negociar se o pagamento vai ser em dinheiro ou ampliando o prazo da concessão (hoje de 30 anos)", afirmou Pelissioni. A expectativa é de que sejam feitos aditivos contratuais.

Aprovado

Especialistas consultados pela reportagem gostaram da ideia. O engenheiro Roberto Kochen, professor aposentado do Departamento de Infraestrutura da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), considera que "a melhor solução" é um novo túnel, em vez do alargamento do existente, o que poderia ser prejudicial para a operação da Linha 2-Verde.

"Precisa ampliar a capacidade porque chegou a uma situação de saturação. (A passagem) Foi subdimensionada e tem mais pessoas do que poderia absorver", explicou o especialista.

Nestor Tupinambá, representante do Metrô no sindicato dos engenheiros e arquitetos da companhia (Aeamesp), considera o alargamento até inviável. "Poderia afetar por onde os trens passam. Isso vale para qualquer túnel, em qualquer profundidade."

Lotação

Na tarde de terça-feira, 8, uma pane elétrica da Linha 1-Azul prejudicou a circulação nas Linhas 2-Verde, 3-Vermelha e a fluidez na interligação entre as Estações Paulista e Consolação.

A reportagem levou nove minutos entre as plataformas. Procurado, o governo estadual respondeu que o tempo habitual para o trajeto em horário de pico foi mantido mesmo com a falha.

Os passageiros dizem que a travessia lenta é normal, independentemente de haver problemas ou não no sistema de transporte sobre trilhos. Os esbarrões viram brigas em um ambiente sobrecarregado. "Sempre lota.

Já vi muita briga dentro do túnel, gente se empurrando e ameaçando bater porque encostou em outra pessoa", disse a analista de comércio exterior Bárbara Lima, de 22 anos.

O gerente financeiro Laudeci Carpe, de 51 anos, teme não ter "para onde correr", caso algo mais grave aconteça dentro do túnel. "Se tem um tiroteio aqui dentro, uma briga mais complicada ou qualquer outra emergência, meu medo é ser pisoteado pelas pessoas desesperadas."

Escadas rolantes

Além dessa alteração na região da Avenida Paulista - considerada mais complexa -, a ViaQuatro também vai instalar mais escadas rolantes na Estação Pinheiros, na integração com a Linha 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que também tem problemas de lotação.

De acordo com a secretaria estadual, no pico da manhã são 25 mil usuários na baldeação e outros 26,9 mil no pico da noite, em ambos os sentidos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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