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Estado e União selam parceria para frear violência em SP

Das seis ações anunciadas, apenas uma tem efeito imediato: o envio a presídios federais de criminosos que atentaram contra agentes de segurança em São Paulo

Polícia Militar faz uma operação na favela Paraisópolis, depois de mais um fim de semana violento na Grande São Paulo (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Polícia Militar faz uma operação na favela Paraisópolis, depois de mais um fim de semana violento na Grande São Paulo (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2012 às 10h43.

São Paulo - A reunião de integrantes dos governos estadual e federal realizada na terça-feira (06) no Palácio dos Bandeirantes para definir medidas conjuntas de combate à violência em São Paulo se concentrou em soluções de médio prazo.

Das seis ações anunciadas, apenas uma tem efeito imediato: o envio a presídios federais de criminosos que atentaram contra agentes de segurança em São Paulo. A novidade foi a criação de uma agência para integrar setores de inteligência das forças estadual e federal.

Na terça-feira (06) já saiu o nome do primeiro preso transferido. Como antecipou a coluna Direto da Fonte, o traficante Francisco Antônio Cesário da Silva, o Piauí, será transferido para a Penitenciária Federal de Porto Velho no máximo até amanhã.

Preso em Itajaí (SC) em 26 de agosto, ele cumpria pena em Mirandópolis. Ao ser preso, segundo homens da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Piauí afirmou que dois PMs morreriam a cada morte de integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) e um a cada prisão.


Por outro lado, ficou de fora a promessa da Secretaria Nacional de Segurança Pública de enviar homens do Exército e da Força Nacional para ocupar favelas paulistas, como a Paraisópolis. "As Polícias Civil e Militar de São Paulo têm efetivo suficiente. O Exército está no momento descartado", disse o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo.

Integração

No caso da agência, a ideia é integrar os setores de inteligência das Polícias Federal, Civil e Militar a órgãos financeiros de combate à lavagem de dinheiro para que trabalhem juntas contra organizações criminosas para "asfixiar" as finanças do crime.

Tanto a Secretaria da Administração Penitenciária, por parte do Estado, quanto a Polícia Federal, pela União, têm serviços de inteligência que investigam o crime, assim como a Receita Federal e a Secretaria da Fazenda. A parceria vai levar à troca de informações entre essas partes.

As outras quatro iniciativas anunciadas já haviam sido prometidas em diferentes momentos e governos e ainda dependem do estreitamento da relação entre agentes federais e estaduais e de uma coordenação que os leve a trabalhar conjuntamente. Uma nova reunião, marcada para segunda-feira, tentará definir detalhes dessas parcerias.


Uma das medidas será tentar bloquear por terra, mar e ar as rotas de entrada de drogas e armas em São Paulo, com ajuda das Polícias Rodoviárias Estadual e Federal. O Porto de Santos foi citado como um local que receberá atenção especial.

Declarações

Ao anunciarem as medidas, tanto o governador Geraldo Alckmin quanto o ministro da Justiça tentaram demonstrar união. Também não faltaram frases de efeito. "É preciso cortar o fluxo de dinheiro das organizações criminosas. Contra essas organizações, não é possível retroceder um milímetro", disse Alckmin. "Juntos, os governos estadual e federal são mais fortes do que o crime organizado", afirmou Cardozo.

União e Estado também requentaram parcerias que já vinham sendo discutidas desde o ano passado, quando o governo federal anunciou o plano de combate ao crack. O estreitamento das relações no combate à droga voltou a ser prometido ontem, assim como o anúncio de bases comunitárias móveis em cracolândias.

As outras duas ações a serem detalhadas são as parcerias para aprimorar os trabalhos da Polícia Científica na identificação da origem da droga e na criação de um centro de controle integrado contra o crime organizado para decisões conjuntas. 

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