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Estado de São Paulo faz maior flexibilização de restrições desde maio

Apenas as regiões de Araçatuba, Campinas, Franca e Ribeirão Preto permanecem com o grau de restrição máxima, em que só o comércio essencial pode funcionar

Pessoas com máscaras de proteção em frente a restaurante, em São Paulo, 6 de julho de 2020 (Jonne Roriz / Bloomberg/Getty Images)

Pessoas com máscaras de proteção em frente a restaurante, em São Paulo, 6 de julho de 2020 (Jonne Roriz / Bloomberg/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de julho de 2020 às 09h26.

Última atualização em 11 de julho de 2020 às 14h25.

O governo de São Paulo anunciou nesta setxa-feira, 10, o maior afrouxamento da quarentena no Estado desde maio, quando o programa de retomada econômica em meio à pandemia do coronavírus, o Plano São Paulo, foi anunciado.

Apenas as regiões de Araçatuba, Campinas, Franca e Ribeirão Preto permanecem com o grau de restrição máxima, em que só o comércio essencial é autorizado a funcionar. Todo o restante poderá liberar o funcionamento de lojas de rua e shoppings, além de imobiliárias, concessionárias e escritórios, a partir de segunda-feira.

Barretos, Presidente Prudente, Bauru, Sorocaba e Marília estavam com liberação apenas dos serviços essenciais, a fase vermelha, e agora foram reclassificadas para a fase laranja, que permite atividades comerciais não essenciais.

Já as regiões de Registro, Baixada Santista e parte da Grande São Paulo, que estavam na fase laranja, entraram na amarela, a mesma em que está a capital, em que bares, restaurantes e academias de ginástica podem voltar a funcionar.

"Todos devem se lembrar de que, podendo ficar em casa, devem fazê-lo", disse o governador João Doria (PSDB), ao anunciar as mudanças, lembrando que a quarentena ainda permanece e, agora, foi renovada até o dia 30 de julho. O uso de máscara continua obrigatório e sem ela pode haver multa.

Segundo Doria, essa nova fase "marca gradualmente, de forma segura, o retorno à normalidade" e "resgata a esperança". Ainda de acordo com o governador, "depois de um longo período enfrentando o pico, estamos entrando em um platô" da evolução da doença. "Isso significa atenção redobrada para mantermos esse platô." O Estado registrou mais 9.395 casos de covid-19 em 24 horas, chegando a 359.110 registros. Já o número de mortes alcançou ontem 17.442, com 324 óbitos a mais desde a última quinta-feira.

Ao lado de Doria, o epidemiologista Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, avaliou as mudanças no mapa do Estado como uma evolução "satisfatória". "Um progresso que é gradual e mostra a direção para a qual estamos caminhando."

"Segunda onda"

Menezes destacou também a atenção necessária para se evitar um novo crescimento abrupto de casos, uma segunda onda - preocupação observada em outros países que tiveram seus processos de reabertura e retomada de atividades. Segundo ele, a leitura no Estado "é que sempre há um risco, mas tudo indica que estamos andando de forma muito segura em relação a isso".

Esta é a sexta revisão do Plano São Paulo, que começou a categorizar as regiões do Estado por cores a partir de junho. Na primeira avaliação, só as regiões de Registro, Baixada Santista e a Grande São Paulo receberam a cor vermelha: o restante se dividiu entre amarela e laranja. Após isso, porém, a pandemia se acelerou no interior e o Estado foi sucessivamente fechando mais regiões. No último dia 3, Sorocaba, Bauru, Marília, Presidente Prudente, Araçatuba, Franca, Ribeirão Preto e Campinas entraram na zona vermelha.

Segundo Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional, 83% dos cerca de 40 milhões de habitantes do Estado estão em regiões classificadas como laranja ou amarela.

Para a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, o resultado agora anunciado "é um dos nossos melhores cenários". Ela ressaltou que "98% dos municípios estão fazendo trabalho de triagem, monitoramento e isolamento de contatos (com infectados) o que ajudou, em duas semanas, a isolar mais de meio milhão de pessoas".

Academias abrirão na capital

As academias poderão reabrir em São Paulo a partir de segunda-feira, 13, com um limite de 30% da capacidade e restrição de entrada, mediante agendamento prévio dos alunos e com limite de abertura de seis horas por dia. O prefeito Bruno Covas (PSDB) assinou ontem protocolo de entendimentos em que entidades que representam o setor se comprometem a seguir regras de segurança para evitar a propagação do coronavírus.

"Segunda-feira (13), vamos perder esse pneuzinho aí, heim", disse Covas, em uma fala rápida durante a cerimônia de assinatura dos protocolo de segurança do setor, se dirigindo ao presidente da Câmara Municipal, Eduardo Tuma (PSDB), que participou da cerimônia.

Aulas em grupo continuam suspensas e haverá restrição para o uso de bebedouros e vestiários, que devem ter banheiros abertos, mas os chuveiros fechados. Os alunos terão de levar as próprias garrafas de água e demais materiais de higiene, como toalhas. Os equipamentos, como pesos e aparelhos de musculação, terão de ser higienizados no mínimo a cada duas horas mas, preferencialmente, a cada troca de aluno. Mesmo atividades ao ar livre, como corridas, terão de ser feitas de forma individual.

As regras devem ser publicadas no Diário Oficial do Município de hoje. "A recepção deverá ser isolada com área de proteção demarcada com fita zebrada em 1,5 metro", informou a Prefeitura, por nota. "As salas de treino de peso livre e as salas de atividades coletivas deverão ser delimitadas de maneira que cada cliente fique a 2 metros de distância um do outro. Só poderão ser utilizados apenas 50% dos aparelhos de cardio." Lutas estão proibidas.

As piscinas deverão ser divididas por turmas, com separação por raias, de acordo com o nível dos alunos. A duração das aulas deverá ser reduzida. Nas quadras de esportes, não serão permitidos acompanhantes. Uma das justificativas para a reabertura das academias foi o papel que têm na promoção da saúde pública.

Parques e ciclovias

Os parques estaduais da capital - Água Branca, Villa-Lobos, Candido Portinari, Parque Estadual do Tietê, Jardim Botânico, Zoológico e o ZooSafari - serão reabertos a partir de segunda-feira, segundo o secretário estadual de Infraestrutura, Marcos Penido. Na quinta, o prefeito Bruno Covas (PSDB) já havia anunciado a abertura dos parques municipais no dia 13.

As áreas de lazer estaduais vão funcionar das 10 horas às 16 horas, de segunda à sexta-feira. Segundo Penido, o acesso a bibliotecas, brinquedotecas e espaços para leitura ficará fechado.

Bloqueada desde o dia 21 de março por causa da pandemia, a ciclovia da Marginal do Pinheiros, que fica entre o rio e a Linha 9-Esmeralda da Companhia Paulista dos Trens Metropolitanos vai continuar fechada. A companhia concedeu a via para uma empresa privada em fevereiro, que terá de fazer melhorias e em troca poderá explorar publicidade na pista.

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