Brasil

Estádios vazios no Brasil? Culpa da violência, diz Guardian

Jornal repercute o caso do santista que foi espancando até a morte no domingo. Reportagem afirma que torcedores brasileiros são piores do que hooligans ingleses

Futebol brasileiro: jogadores do Santos comemoram gol em partida contra o Fluminense no Maracanã, em agosto de 2013  (Buda Mendes/Getty Images)

Futebol brasileiro: jogadores do Santos comemoram gol em partida contra o Fluminense no Maracanã, em agosto de 2013 (Buda Mendes/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 14h02.

São Paulo – A morte brutal do santista Marcio Barreto de Toledo - que foi espancado com barras de ferro por torcedores do São Paulo após a partida entre os clubes no último domingo - chamou a atenção da imprensa internacional para a violência no futebol brasileiro.

Matéria publicada nesta terça-feira pelo jornal britânico The Guardian afirma que o aumento da incidência de casos como este é um claro sinal de que o Brasil “precisa fazer mais”, caso queira evitar uma “tragédia maior” às vésperas da Copa do Mundo 2014.

“Considerando a combinação de aumento da violência e estádios com construções de baixa qualidade, uma calamidade como a de Heysel está longe de ser impensável”, diz o jornal, em referência ao episódio que deixou 39 mortos e mais de 600 feridos no estádio da Bélgica, em 1985.

Ao mencionar o assassinato do torcedor do Santos, o Guardian constata que o caso não ganhou tanto destaque na imprensa local.

“Incidentes como esse já se tornaram muito comuns”, diz o jornal, ao relatar que as mortes relacionadas com o futebol têm alcançado índices recordes no Brasil.

“Cenas como essa ajudam a explicar por que os hooligans ingleses estiveram tão pouco em foco neste ano. Talvez porque – comparado com o que está acontecendo no Brasil – mesmo o mais sórdido ‘torcedor-pitbull’ inglês parece relativamente manso”, afirma.

O correspondente Jonathan Watts, autor da matéria, também relata sua própria decepção com o “mistério” da grande quantidade de assentos vazios quando assistiu, no passado, às suas primeiras partidas aqui.

“Eu ouvi incontáveis explicações, (...) incluindo o alto preço dos ingressos e o êxodo de jogadores renomados para a Europa. Mas o que fez mais fez sentido foi o que um amigo brasileiro disse quando eu sugeri pela primeira vez que a que assistíssemos a uma partida. ‘É muito perigoso’, ele respondeu”, conta o jornalista.

Segundo o jornal, a Copa do Mundo precisa representar o início de um avanço neste sentido.

“Uma vez que o torneio acabar, as autoridades brasileiras ainda terão trabalho em persuadir o público de que as partidas de futebol não são mais desastres iminentes. Se elas não conseguirem fazer isso, os grandes novos estádios ficarão tão vazios quanto os antigos”, conclui o jornal.

Acompanhe tudo sobre:Crimecrime-no-brasilEsportesFutebolSantos Futebol ClubeSão Paulo Futebol ClubeViolência urbana

Mais de Brasil

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil

Justiça Eleitoral condena Marçal por abuso de poder e o declara inelegível

Alexandre de Moraes determina suspensão do Rumble no Brasil

ViaMobilidade investirá R$ 1 bilhão nas linhas 8 e 9 para reduzir intervalos e reformar estações