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Está indo para normalidade, diz Bolsonaro sobre queimadas na Amazônia

Sem apresentar dados para a afirmação, o presidente afirmou que a média das queimadas na região amazônica está menor que em anos anteriores

Bolsonaro: nesta semana, o Inpe divulgou que o número de focos de queimadas no Brasil atingiu recorde dos últimos sete anos (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Bolsonaro: nesta semana, o Inpe divulgou que o número de focos de queimadas no Brasil atingiu recorde dos últimos sete anos (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

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Clara Cerioni

Publicado em 24 de agosto de 2019 às 15h06.

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado (24) que a média das queimadas na região amazônica está menor que em anos anteriores, mas embasou seu argumento em dados.

"Está indo pra normalidade essa questão", disse ao deixar o Palácio da Alvorada para um almoço com o vice-presidente Hamilton Mourão no Palácio do Jaburu. "A floresta não está pegando fogo como o pessoal está dizendo. O fogo é onde o pessoal desmata", disse. 

Nesta semana, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o número de focos de queimadas no Brasil atingiu o recorde dos últimos sete anos, com 72.843 pontos registrados entre janeiro deste ano e a última segunda-feira, um número 83% maior do que no mesmo período do ano passado.

O presidente afirmou que o trabalho já começou a ser feito contra focos de incêndio. Ele reclamou da falta de recursos orçamentários. "É difícil ter recurso, tudo contingenciado; é o Brasil que eu peguei. Estamos em busca de fazer o melhor pelo meu país", disse. 

Bolsonaro chegou a dizer na conversa com jornalistas que teria conseguido R$ 40 milhões para ações de combate às queimadas neste momento.

Quando informado de que na coletiva de imprensa mais cedo do Ministério da Defesa foi informado o descontingenciamento de R$ 28 milhões, o presidente afirmou que quem sabe é o ministro da Economia, Paulo Guedes.

"Não sei. Ontem se falou em R$ 38 milhões na reunião. Chega na hora, vai ver tem R$ 28, R$ 10, R$ 5, um real". 

Quando questionado se o governo não demorou a agir, o presidente destacou o tamanho da Amazônia para falar da dificuldade das ações. "A Amazônia é uma área maior que a Europa. Se eu tivesse 10 milhões de pessoas, não conseguia fazer a prevenção." 

O presidente lamentou o que tem acontecido e voltou a dizer que alguns incêndios são espontâneos e outros criminosos. Ele afirmou que a região tem 20 milhões de habitantes que dependem de incentivo do Estado. E voltou a falar que a população indígena na região é massa de manobra.

Segundo ele, 14% do território é reserva indígena e há lobby do bem e do mal. "Como conseguiram demarcar tanta terra? Índio é massa de manobra", disse.

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