Brasil

"Está faltando apenas ouvir o Queiroz", diz Bolsonaro

Presidente defende filho senador e diz que suspeitas contra Flávio em caso que envolve ex-assessor estão "esclarecidas"

Jair Bolsonaro: presidente voltou a defender seu filho mais velho, Flávio; senador é alvo de investigações em ao menos três órgãos (Ricardo Moraes/Reuters)

Jair Bolsonaro: presidente voltou a defender seu filho mais velho, Flávio; senador é alvo de investigações em ao menos três órgãos (Ricardo Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de julho de 2019 às 08h45.

O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta segunda-feira, 22, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), seu filho mais velho, e disse que todas as suspeitas contra ele já foram "esclarecidas". "Está faltando apenas ouvir o Queiroz", afirmou o presidente, em referência ao ex-assessor do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro Fabrício Queiroz.

Flávio é alvo de investigações em ao menos três órgãos. Na principal delas, o Ministério Público do Rio apura se havia um esquema de repasse de parte do salário de funcionários do gabinete de Flávio, prática conhecida como "rachadinha" . Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo em dezembro, relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostrou que Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

Relatório do Coaf também mostrou que Flávio recebeu em sua conta 48 depósitos, num intervalo de cinco dias, feitas em uma agência dentro da Alerj e no mesmo valor: R$ 2 mil.

"Esse depósito, feito por envelope, o limite é de R$ 2 mil. Não sei quantos, talvez milhões de depósitos são feitos por semana neste sentido", disse Bolsonaro ao justificar os repasses.

Em janeiro, em entrevista à TV Record, Flávio afirmou que as movimentações suspeitas identificadas pelo Coaf em sua conta bancária se referem à compra e venda de um imóvel na zona sul do Rio.

Imóveis

O presidente também disse que outra acusação contra Flávio, na esfera eleitoral, já foi esclarecida. A investigação tramitava desde março de 2018 na Procuradoria Regional Eleitoral do Rio (PRE-RJ) e apurava possível crime eleitoral praticado pelo senador ao declarar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) imóveis comprados por meio de negociações relâmpago com valores supostamente abaixo do real. No inquérito, há a citação de que as negociações teriam resultado em aumento do patrimônio de Flávio e aponta possível lavagem de dinheiro. O caso também é investigado na esfera criminal pelo Ministério Público Federal.

"Disseram que ele teria pego R$ 1 milhão e pago uma dívida com a construtora. Está constatado, comprovado, que quem pagou essa dívida foi a Caixa. Então o primeiro escândalo está afastado", afirmou Bolsonaro. "Alguns imóveis ele comprou na planta e estava pagando mensalidade, um tempo depois vendeu. O Ministério Público do Rio disse que levou em conta que o valor total do preço estimado fosse dele. Não é verdade isso aí", afirmou Bolsonaro.

A mesma explicação já havia sido dada por Flávio em janeiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Fabrício QueirozFlávio BolsonaroJair Bolsonaro

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 23 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP