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'Esperamos que a ação dos EUA não seja unilateral', diz Haddad

Presidente Lula tem na mão plano elaborado por quatro ministérios, segundo Haddad

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 28 de julho de 2025 às 20h39.

Última atualização em 28 de julho de 2025 às 20h40.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse a jornalistas nesta segunda-feira, 28, que teve uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as tarifas anunciadas pelos EUA e que o foco "continua sendo as negociações".

O chefe da pasta falou que o plano de contingenciamento só será anunciado depois da ação do governo de Donald Trump - "esperamos que não seja unilateral", falou.

"O Brasil não vai deixar a mesa de negociação em nenhum momento. Isso vai continuar valendo. O vice-presidente Alckmin está à frente desse processo com o apoio do Itamaraty, da Fazenda e da Casa Civil", disse Haddad na saída do ministério.

"O importante é que o presidente Lula tem na mão os cenários definidos pelos quatro ministérios (Indústria, Relações Exteriores, Fazenda e Casa Civil)", contou Haddad.

Tarifas de Trump podem custar US$ 2 trilhões até 2027 e frear economia global

Estudos do Fundo Monetário Internacional (FMI), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Banco Mundial indicam que as medidas podem retirar entre 0,4 e 1 ponto percentual do PIB global em 2025 e 2026, com o crescimento do comércio mundial caindo pela metade em relação ao ritmo de 2024. A OCDE também estima que as tarifas podem adicionar de 0,3 a 0,5 ponto percentual à inflação das economias avançadas até 2026.

No Brasil, que exportou US$ 40,9 bilhões aos EUA em 2024 (12% do total), o impacto do imposto de 10% atualmente em vigor é considerado limitado, equivalente a -0,05% do PIB, segundo simulações da Oxford Economics. Porém, se a tarifa de 50% entrar em vigor, o choque pode reduzir o PIB brasileiro em 0,41% no primeiro ano, com quedas expressivas nas exportações do agronegócio — café, suco de laranja e carnes seriam os mais afetados. Esse cenário também poderia adicionar até 0,7 ponto percentual à inflação em 2026.

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