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Prefeitura do Guarujá diz que esgoto clandestino pode ser causa de virose e Sabesp nega

Prefeitura diz ter notificado a companhia, que afirmou que ocorrência não está relacionada a surto que atinge outras cidades da Baixada Santista

Nos primeiros dias do ano, relatos de surto de virose no litoral de São Paulo tomaram as redes sociais de turistas e moradores de cidades como Santos, Praia Grande e Guarujá (Leandro Fonseca/Exame)

Nos primeiros dias do ano, relatos de surto de virose no litoral de São Paulo tomaram as redes sociais de turistas e moradores de cidades como Santos, Praia Grande e Guarujá (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 5 de janeiro de 2025 às 12h10.

Última atualização em 5 de janeiro de 2025 às 12h38.

A Prefeitura do Guarujá, localizada no litoral sul paulista, afirmou no sábado, 4, que notificou a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) sobre a possibilidade de vazamentos e ligações clandestinas de esgoto na região da praia da Enseada.

A gestão municipal afirma que não obteve resposta da empresa de saneamento que, por sua vez, nega que tenha sido notificada e afirma que o surto não tem relação com a operação da companhia.

Nos primeiros dias do ano, relatos de surto de virose no litoral de São Paulo tomaram as redes sociais de turistas e moradores de cidades como Santos, Praia Grande e Guarujá. Os casos, no entanto, vêm registrando alta desde dezembro, com o início da temporada de verão.

O município aguarda também os resultados de análises laboratoriais de amostras encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz para esclarecer a origem dos casos.

O aumento da incidência de viroses nessa época do ano não é novidade. O surto geralmente pode ser causado também pela aglomeração nas praias e hábitos de saúde menos equilibrados. As viroses mais comuns são as gastrointestinais, causadas principalmente por adenovírus e enterovírus transmitidos em contato com superfícies, águas e alimentos.

A doença é considerada autolimitada, o que significa que os vírus permanecem no organismo de três a sete dias, sem que existam remédios para combatê-los diretamente. Médicos recomendam repouso e o consumo constante de água, soro caseiro e alimentos leves para repor a perda de líquidos e nutrientes no período mais crítico da doença.

O que acontece no Guarujá

Entre quarta e sexta-feira, unidades de saúde públicas e particulares do Guarujá registraram filas longas de pacientes. Em algumas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), o tempo de espera passava de quatro horas.

Segundo a prefeitura do Guarujá, houve aumento de 42% de queixas relacionadas a quadros de virose nos pronto-atendimentos na cidade. Em dezembro, foram realizados mais de 2.064 atendimentos.

Resposta da Sabesp

Em nota à EXAME, a Sabesp disse que não foi identificado "qualquer problema em sua rede que possa ter atingido as praias do Guarujá". A companhia ainda salientou que o sistema de água e esgoto da Baixada Santista operam normalmente e são monitorados 24 horas por dia e que "prestou os devidos esclarecimentos à Secretaria Municipal de Meio Ambiente".

Ainda em nota, a Sabesp afirmou que o município possui cerca de 45 mil imóveis irregulares, cujo despejo de esgoto pode estar sendo realizado em galerias de águas pluviais. A companhia ainda afirmou que as redes municipais de águas das chuvas, que devem ser fiscalizadas pela prefeitura, desembocam no mar".

A empresa afirmou que, de fato, houve um vazamento de esgoto na praia da Enseada, mas que a ocorrência não estava relacionada ao surto de virose. Além disso, de acordo com a Sabesp, o problema foi pontual e a limpeza e a higienização já foram finalizadas.

Leia a nota na íntegra:

A Sabesp informa que o surto de virose não tem relação com a operação da empresa. Não foi identificado qualquer problema em sua rede que possa ter atingido as praias do Guarujá. Os sistemas de água e esgoto da Baixada Santista estão operando normalmente e são monitorados 24 horas por dia. A Companhia ainda não foi notificada pela Prefeitura da cidade, mas, de toda forma, já prestou os devidos esclarecimentos à Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Cabe lembrar que o município possui cerca de 45 mil imóveis irregulares, cujo despejo de esgoto pode estar sendo realizado em galerias de águas pluviais, o que afetaria a balneabilidade das praias. Isso porque as redes municipais de águas das chuvas, que devem ser fiscalizadas pela prefeitura, desembocam no mar.

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