Brasil

Escritórios vão auxiliar Petrobras em investigação

Com ex-ministros do STF entre seus sócios, o Trench, Rossi e Watanabe confirmou o contrato para "apurar a licitude" das operações na estatal


	Presidente da Petrobras, Graça Foster, durante depoimento na CPI que investiga denúncias de corrupção na estatal
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Presidente da Petrobras, Graça Foster, durante depoimento na CPI que investiga denúncias de corrupção na estatal (Antonio Cruz/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2014 às 20h42.

Rio de Janeiro - A Petrobras recorreu a dois grandes escritórios de advocacia para auxiliar na investigação de contratos e denúncias de irregularidades da Operação Lava Jato.

Com ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) entre seus sócios, o Trench, Rossi e Watanabe confirmou o contrato para "apurar a licitude" das operações na estatal.

A Petrobras não confirmou, mas no mercado circula a informação de que o escritório contratado é Gibson Dunn, que já atendeu outras empresas brasileiras com ações negociadas no exterior.

Com mais de 200 advogados e 55 anos de atuação, o Trench, Rossi e Watanabe tem como consultor o ex-presidente do STF, Sydney Sanches. Ele comandou a corte entre 1991 a 1993, presidindo o processo de Impeachment contra Fernando Collor de Mello.

A Petrobras já era cliente do escritório, que deu consultoria jurídica no projeto de desenvolvimento da produção dos campos "offshore" de Barracuda e Caratinga, na Bacia de Campos (RJ), que envolveu cerca de US$ 2,5 bilhões.

A banca assessorou diversos processos de privatização no setor elétrico, como os da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) e da Companhia de Força e Luz (CPFL).

A lista de clientes inclui Google, Natura, Citigroup, Starbucks e a gigante chinesa de energia State Grid. Também representou a Vale na parte antitruste da joint venture com a alemã ThyssenKrupp para a constituição da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA).

O escritório americano tem equipe especializadas nas áreas de energia, infraestrutura e mercado de capitais, entre outros segmentos do direito empresarial.

A sede em São Paulo é liderada pelo advogado Fernando Almeida. Ele atuou na representação de empresas como AmBev, ALL Logística, BTG Pactual, CSN, Embraer, Sul América, Telemar/Oi, e Votorantim Participações.

O escritório destaca, em sua página na internet, atuação especializada na legislação americana contra corrupção e práticas de favorecimento de empresas e agentes públicos, a Foreing Corrupt Practices Act (FCPA), que proíbe o pagamento de comissão a funcionários públicos para obtenção de vantagens comerciais ou licenças para construção.

A legislação é citada no comunicado da Petrobras como parâmetro para atuação das auditorias contratadas, com base nas determinações do órgão regulador do mercado americano, a Securities and Exchange Commission (SEC).

O objetivo da companhia, com as contratações, é indicar esforços de "diligência", ou seja, uma apuração autônoma e sem eventuais contaminações dos próprios funcionários da estatal.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCorrupçãoEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEscândalosEstatais brasileirasFraudesGás e combustíveisIndústria do petróleoOperação Lava JatoPetrobrasPetróleoPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil

Justiça Eleitoral condena Marçal por abuso de poder e o declara inelegível

Alexandre de Moraes determina suspensão do Rumble no Brasil

ViaMobilidade investirá R$ 1 bilhão nas linhas 8 e 9 para reduzir intervalos e reformar estações