Segundo Freixo, dados do Banco Central mostram que o turismo internacional originou uma receita de R$ 25 bilhões entre janeiro e setembro (Maudib/Thinkstock)
Agência de notícias
Publicado em 15 de dezembro de 2023 às 06h55.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, disse nesta quinta-feira, 14, que a abertura de um escritório regional da Organização Mundial do Turismo (OMT) no Rio de Janeiro vai ajudar o Brasil e a América Latina a fomentarem o setor nos próximos anos.
No caso específico do Brasil, disse Sabino, o objetivo é aumentar a receita do turismo e o fluxo de estrangeiros, ultrapassando a casa dos 6 milhões de turistas vindos de outras nacionalidades, que deve ser atingida ainda esse ano. O recorde histórico é de 6,4 milhões de estrangeiros, em 2014.
Presente no evento, o presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo, disse que o Brasil pode alcançar a marca de 7,5 ou 8 milhões de turistas estrangeiros por ano até 2026.
"O início do ano ainda foi de recuperação do turismo no mundo, mas esperamos mais de 106 milhões de brasileiros voando dentro do País, e mais de 6 milhões de estrangeiros, deixando até R$ 30 bilhões aqui", disse Sabino. "Os meses de setembro e outubro deste ano registraram o maior número da história de turistas estrangeiros no Brasil e o maior número de brasileiros viajando dentro do País, superando inclusive dados registrados por ocasião dos jogos olímpicos de 2016", continuou.
Ainda assim, o ministro reconheceu que o número de estrangeiros ainda é baixo na comparação com a Europa e a própria Ásia.
Segundo Freixo, dados do Banco Central mostram que o turismo internacional originou uma receita de R$ 25 bilhões entre janeiro e setembro. O recorde anual, de 2014, é de R$ 34 bilhões. "R$ 25 bilhões é uma receita maior que a de muitas indústrias, gerando bons empregos e de forma sustentável", observa Freixo. Segundo ele, mais importante do que aumentar o número de visitantes é aumentar esse montante, o que passa por reter o turista por mais tempo no País.
Questionado sobre o obstáculo da violência para a imagem do País Sabino minimizou e disse que episódios violentos acontecem em todo o mundo, sobretudo em cidades muito visitadas. Ele destacou que o Brasil está livre de conflitos bélicos ou catástrofes climáticas. Sobre o Rio de Janeiro, em específico, Sabino disse que a violência não faz parte do dia a dia das famílias cariocas ignorando as frequentes incursões policiais em favelas.
Questionado sobre os programas de incentivo ao turismo doméstico Sabino destacou o "Conheça o Brasil Voando", com passagens aéreas a partir de R$ 99, e que pretende lançar "logo logo" o programa "Conheça o Brasil Voando Melhor Idade", focado no público aposentado.
Ele destacou programas focados no fomento de viagens no contrafluxo de destinos como Brasília e Petrolina (PE), durante a semana e disse que um dos objetivos da pasta é difundir a importância do planejamento para a realização de viagens a baixo custo. "Planejamento é o segredo. Com três, quatro, cinco meses de antecedência, é possível comprar passagens a preços muito mais baixos".
Programas como os citados, que focam a redução do preço das passagens, vêm sendo desenhados pelo governo federal, no âmbito do Ministério de Portos e Aeroportos, há meses com outros nomes fantasia, como Voa Brasil. A expectativa é que sejam lançados no início de 2024.
Um dos primeiros objetivos do escritório da OMT no Rio em parceria com a Embratur, informou a agência, será a construção de um índice de sustentabilidade aplicado ao turismo, para monitorar indicadores locais como geração de empregos, consumo de água e energia, geração de resíduos, avaliação da atividade turística, entre outros. Hoje somente a Costa Rica tem uma ferramenta desse tipo.