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Escolas rurais têm desempenho melhor do que urbanas

As notas e a taxa de abandono de alunos urbanos e rurais foram avaliadas por duas classificações distintas

Alunos do ensino público: pesquisa analisou notas de desempenho de escolas do campo e dos centros urbanos (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Alunos do ensino público: pesquisa analisou notas de desempenho de escolas do campo e dos centros urbanos (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2012 às 10h15.

São Paulo - No Estado de São Paulo, alunos das escolas de municípios rurais demonstraram melhor desempenho e menor taxa de abandono em relação aos alunos das escolas de municípios urbanos. Para chegar a estas conclusões, a administradora Carla Artoni coletou e analisou dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), órgão público vinculado ao Ministério da Educação (MEC).

Os resultados constam na dissertação de mestrado Relação entre perfil socioeconômico, desempenho escolar e evasão de alunos: escolas do campo e municípios rurais no estado de São Paulo apresentada na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP) da USP, sob a orientação da professora Cláudia Passador.

Carla comparou as relações entre as variáveis desempenho escolar no ensino fundamental regular, correspondente às 4ª e 8ª séries, em escolas urbanas e rurais do estado e o perfil socioeconômico dos alunos, além de avaliar políticas públicas para a Educação no meio rural. A pesquisa avalia os impactos do projeto do governo federal “Por uma Educação do Campo” iniciado na década de 1990, que visava diminuir a marginalização das escolas do campo em relação às urbanas.

O dados do INEP utilizados foram o Prova Brasil de 2007 a 2009, o Censo Escolar de 2009, e Índice de Desenvolvimento e Educação Básica (IDEB) de 2007 a 2009. A administradora analisou esses dados por dois critérios, sendo o primeiro a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o segundo a classificação proposta pelo agrônomo, economista e professor José Eli da Veiga, na qual considera-se a proximidade dos municípios em relação aos centros urbanos para classificá-los como rurais, não só a quantidade de habitantes que este município possui. Dessa forma, o número de escolas consideradas como pertencentes a municípios rurais é mais abrangente, possibilitando uma melhor comparação com as escolas urbanas.

Poder de análise

Ainda, o IBGE exige um limite mínimo de trinta alunos matriculados na série a ser avaliada para reconhecê-la em determinações de qualidade. “Isso reduz o poder de análise do desempenho de escolas menores” alega Carla. Por possuir menos alunos que o limite determinado, muitas escolas rurais, principalmente as municipais, não participam do cálculo do Instituto.

Por isso, a pesquisadora considerou normal que os dois métodos de análise apontassem resultados diferentes em seu estudo. Para o IBGE, o desempenho do aluno urbano se sobressai ao do aluno rural, no entanto, submetendo os dados ao critério de Veiga, o aluno rural tem desempenho muito melhor.

Carla diz que a aplicação da sua pesquisa pode ajudar na determinação de políticas públicas para população rural, pois outro aspecto avaliado no seu mestrado foi a influência dos índices socioeconômicos dos alunos no desempenho escolar. A pesquisadora detectou que boas condições econômicas melhoram as notas e a frequência dos jovens. “Esses levantamentos podem ser utilizados em diretrizes para estudos sobre a influência dos pais na Educação” finaliza.

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