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Escolas de samba do Rio adiam desfile do Carnaval 2021

A Liga das Escolas no RJ confirmou o adiamento do desfile, marcado para fevereiro. Mais de 30 milhões de brasileiros participam do Carnaval no país

Viradouro, campeã do Carnaval do Rio em 2020: desfile adiado em 2021, mas sem data definida (Fernando Grilli/Riotur/Divulgação)

Viradouro, campeã do Carnaval do Rio em 2020: desfile adiado em 2021, mas sem data definida (Fernando Grilli/Riotur/Divulgação)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 25 de setembro de 2020 às 08h15.

Última atualização em 20 de outubro de 2020 às 09h15.

Os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro foram oficialmente adiados. O anúncio foi feito pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) na quinta-feira, 24. O evento estava previsto para fevereiro, mas uma nova data ainda não foi divulgada.

A expectativa é que, com o advento de uma vacina contra a covid-19 e disponibilidade de doses massa para a população, o Carnaval possa ocorrer de forma normal mais tarde em 2021. Outra possibilidade é promover "eventos alternativos", mas os detalhes ainda vão ser decididos pelas escolas.

Segundo informou a Liesa à revista Veja Rio, uma decisão sobre a nova data ou formato do desfile das escolas deve ocorrer até o fim de janeiro. A possibilidade de o desfile acontecer no meio do ano é controversa porque, dessa forma, o Carnaval coincidiria com outros eventos, como as Olimpíadas de Tóquio -- os Jogos Olímpicos, marcados para julho deste ano, também ficaram para o ano que vem.

O desfile das escolas em São Paulo já havia sido adiado pela Prefeitura, conforme anúncio feito em julho. Uma data também não foi definida ainda. A festa de réveillon na avenida Paulista também foi cancelada.

O adiamento das escolas também traz as mesmas reflexões com relação aos blocos de rua, que carregam multidões atrás de trios elétricos e são famosos em cidades da Região Nordeste, além das próprias São Paulo e Rio de Janeiro. Ainda não sabe se haverá uma vacina capaz de imunizar a população em massa de modo a permitir uma aglomeração desse porte ainda no ano que vem.

A economia do Carnaval

O evento é um dos mais lucrativos do ano para alguns setores, do turismo aos comerciantes de rua e grandes empresas de bebidas.

Segundo o Ministério do Turismo, 36 milhões de brasileiros pretendiam participar do Carnaval neste ano, entre viajantes e moradores. No Rio, os blocos e os desfiles das escolas de samba reúnem 7 milhões de pessoas; em Pernambuco, são quase 4 milhões e em Minas Gerais, 5 milhões.

Estimativa da Confederação Nacional do Comércio era de que o Carnaval 2020 tenha gerado 8 bilhões de reais, o melhor desde 2015. Foram contratados ainda 25.000 trabalhadores temporários. O montante diz respeito a brasileiros que viajaram para destinos turísticos não-relacionados à festa e ao comércio gerado pelo Carnaval, como vendas de produtos relacionados.

Em São Paulo, um outro levantamento, da Fecomercio-SP, estimou que o Carnaval na cidade iria movimentar 906 milhões de reais no comércio em 2020, alta de 26% ante 2019. Além dos desfiles, o Carnaval de blocos de rua da cidade ganhou força nos últimos cinco anos e, além de atrair turistas do interior, passou a manter parte dos paulistanos na cidade, movimentando a economia.

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