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ES pede mais agentes da Força Nacional e promete punir PMs

Segundo o governador em exercício, Cesar Colnago (PSDB), o efetivo de 200 agentes da Força e de 1 mil soldados é insuficiente

ES: a gestão classificou como "chantagem" o movimento que já dura cinco dias e levou o caos ao Estado (./Reuters)

ES: a gestão classificou como "chantagem" o movimento que já dura cinco dias e levou o caos ao Estado (./Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de fevereiro de 2017 às 12h57.

Vitória - O governo do Espírito Santo solicitou ao governo federal o aumento das tropas da Força Nacional para tentar restabelecer a segurança no Estado.

Segundo o governador em exercício, Cesar Colnago (PSDB), o efetivo de 200 agentes da Força e de 1 mil soldados das Forças Armadas é insuficiente. A intenção é chegar a pelo menos 2 mil soldados e agentes.

"Mil e duzentos homens não é suficiente, e hoje pedimos ao governo federal para aumentar esse efetivo", afirmou Colnago, em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, 8.

O governador em exercício voltou a criticar duramente a paralisação dos policias militares e afirmou que eles serão punidos. "(O motim) Não tem nenhuma legalidade e base constitucional."

A gestão classificou como "chantagem" o movimento que já dura cinco dias e levou o caos ao Estado.

Segundo Colnago, a ausência de patrulhas da Força Nacional de Segurança - a reportagem não avistou nenhuma nas ruas da capital capixaba - se deve a uma mudança de planejamento.

Previstas para atuarem nos terminais rodoviários da Grande Vitória, elas foram deslocadas para o interior do Estado. Nesta quarta-feira, estão em Guarapari.

Colnago estava acompanhado do governador licenciado, Paulo Hartung (sem partido) - que está sob tratamento médico -, e do secretário de Segurança Pública, André Garcia.

O governador em exercício afirmou que a manutenção do motim é motivada também por "movimentos políticos", apesar de não citar nomes ou partidos.

"Existe um movimento político no sentido de desestruturar nossa administração, principalmente na área de segurança", afirmou. "É desumano, inadmissível, que outros interesses políticos estejam acima dos interesses da vida."

O secretário Garcia foi mais longe e disse que um acordo com as mulheres dos PMs, que fazem piquetes na entrada dos quartéis, foi "sabotado" por políticos de oposição.

"Esse movimento tem sido estimulado, infelizmente, por movimentos políticos também."

De acordo com Colnago, não há possibilidade de aumento de salário aos policiais militares no momento. "Pagamos em dia, e todos sabem que, respeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal, estamos no limite", afirmou.

"Desde 2013, estamos com queda de receita. Todos os servidores estão sem qualquer tipo de ajuste em função da crise que estamos vivendo."

O secretário de Segurança, por sua vez, disse que o grande problema do protesto por melhores salários é o método empregado. "Não estou discutindo o mérito das reivindicações. O método é que está errado e fere de morte a Constituição", declarou.

Cirurgia

O governador Hartung passou por um procedimento cirúrgico na última sexta-feira, 3, para a retirada de um tumor na bexiga. Hartung foi ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para a realização de um exame de imagem e os médicos decidiram operá-lo imediatamente. Segundo eles, o tumor estava em fase inicial.

Hartung retornou ao Espírito Santo nesta terça-feira, 7. Ele decidiu dar entrevista na manhã desta quarta-feira para, segundo ele, "esclarecer" algumas informações "inverídicas" a respeito dele e falar sobre a crise da segurança no Estado. Apesar disso, ele não reassumirá o cargo imediatamente.

"Não tem como ele se envolver com o que está acontecendo no Estado", afirmou o médico Lauro Ferreira Pinto, que acompanhou a primeira parte da entrevista. "A minha recomendação é de 15 dias afastado."

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