Brasil

Ernesto Araújo afirma que Grupo de Contato sobre Venezuela "não é útil"

Para o ministro, grupo só servirá para prolongar por mais tempo no poder o presidente venezuelano, Nicolás Maduro

Ernesto Araújo: ministro considerou que o Grupo Internacional de Contato sobre a Venezuela "não é uma iniciativa útil" (Andre Coelho/Bloomberg)

Ernesto Araújo: ministro considerou que o Grupo Internacional de Contato sobre a Venezuela "não é uma iniciativa útil" (Andre Coelho/Bloomberg)

E

EFE

Publicado em 8 de fevereiro de 2019 às 11h38.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2019 às 11h43.

Washington — O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, considerou nesta quinta-feira que o Grupo Internacional de Contato sobre a Venezuela "não é uma iniciativa útil" e só servirá para prolongar por mais tempo no poder o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Em entrevista coletiva em Washington, Araújo afirmou que esse grupo, integrado por países europeus e latino-americanos, parte de "premissas equivocadas" ao considerar que Maduro tem a mesma legitimidade que o líder do parlamento, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente em exercício da Venezuela.

"Se parte da premissa de igualdade entre o governo legítimo de Guaidó e a ditadura de Maduro. Como mostrou o passado, essa iniciativa não prosperará, só prolongará a ditadura de Maduro e criará dúvidas sobre a transição", declarou Araújo.

"Servirá para atrasar o processo e, por isso, não acreditamos que seja uma ajuda válida", acrescentou.

Na sua primeira reunião, realizada hoje em Montevidéu, o Grupo Internacional de Contato para a Venezuela decidiu enviar uma missão técnica a esse país e convocar uma reunião ministerial no início de março para analisar o desenvolvimento do processo.

O encontro acabou com uma declaração conjunta que foi assinada pela União Europeia (UE), Uruguai, Costa Rica, Equador, Espanha, Itália, Portugal, Holanda, Suécia, Alemanha, França e Reino Unido.

Por outro lado, essa declaração não foi assinada nem pela Bolívia nem pelo México, que não faz parte do Grupo de Contato, mas participou da reunião.

O Brasil é um dos países que integra o Grupo de Lima, composto por uma dúzia de países do continente americano que considera quebrada a ordem constitucional na Venezuela.

O Grupo de Lima se reuniu na segunda-feira em Ottawa (Canadá) e decidiu não considerar a opção militar para forçar a saída de Maduro.

Araújo, de visita esta semana em Washington, conversou sobre a Venezuela com membros do governo dos EUA, que não descartou a opção militar para o país caribenho.

Perguntado se abordou com as autoridades americanas a possibilidade da entrada de soldados na Venezuela, Araújo respondeu: "Não tivemos nenhuma conversa sobre nenhum tipo de opção militar, acreditamos que a democracia pode progredir e seguir adiante". EFE

Acompanhe tudo sobre:Ernesto AraújoGoverno BolsonaroMinistério das Relações ExterioresNicolás MaduroVenezuela

Mais de Brasil

Eduardo Bolsonaro celebra decisão do governo Trump de proibir entrada de Moraes nos EUA

Operação da PF contra Bolsonaro traz preocupação sobre negociação entre Brasil e EUA, diz pesquisa

Tornozeleira eletrônica foi imposta por Moares por “atos de terceiros”, diz defesa de Bolsonaro

Após operação da PF contra Bolsonaro, Lula diz que será candidato a reeleição em 2026