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Envolvidos em corrupção na Linha 4 do metrô depõem no Rio

Os suspeitos são investigados por pagamento de propina na construção da Linha 4 do metrô do Rio, inaugurada poucos dias antes dos Jogos Olímpicos

Metrô linha 4 (Metro Linha 4/Divulgação)

Metrô linha 4 (Metro Linha 4/Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 20 de outubro de 2017 às 06h36.

A Justiça Federal ouviu, nesta quinta-feira (19), quatro réus envolvidos na Operação Tolypeutes, que investiga pagamento de propina na construção da Linha 4 do metrô do Rio, inaugurada poucos dias antes dos Jogos Olímpicos. Eles foram interrogados pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.

O primeiro a ser ouvido foi o ex-diretor da Companhia de Transportes sobre Trilhos (RioTrilhos), empresa estatal que administra o metrô do Rio, Heitor Lopes de Souza Júnior, que se encontra preso desde março deste ano, quando foi deflagrada a Tolypeutes.

"Existiu a propina, mas em nenhum momento eu solicitei. Eu recebi da Carioca, da Odebrecht e da Queiroz Galvão. Este valor recebido, cerca de R$ 2,5 milhões, está na minha conta e está disponível para ser retirado, porque é um dinheiro ilegal, ilícito e tem que ser devolvido ao estado", disse Heitor, afirmando que gastou todo o dinheiro no sustento da família e na reforma da casa.

O ex-diretor da RioTrilhos, ao final do depoimento, chorou e se disse arrependido de ter aceitado propina das empreiteiras. "Esse dinheiro foi uma coisa ilícita, foi um erro absurdo que eu fiz na minha vida, porque eu tenho 37 anos de metrô e nunca fiz nada de errado. O arrependimento é grande, mas a vergonha é muito maior", disse ele.

Também falaram os réus Jean Louis de Billy, ex-sócio de Heitor na empresa ArcLine, especializada em arquitetura de estações de metrô; Luciana Cavalcanti Gonçalves, sócia da ArcMetrô, empresa sucessora da ArcLine; e esposa de Heitor; e Manoel José Salino Cortes, da empresa MC Link Engenharia. Todos negaram saber do pagamento de propina a Heitor.

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