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Entidades de imprensa pedem punição de agressor de repórter

Jornalista trabalhava na cobertura da caravana do ex-presidente Lula no Paraná quando levou um soco de um segurança da equipe do petista

Lula: assessoria informou que o ex-presidente repudia qualquer ato de violência e que vai apurar o ocorrido (Lula/Facebook/Divulgação)

Lula: assessoria informou que o ex-presidente repudia qualquer ato de violência e que vai apurar o ocorrido (Lula/Facebook/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de março de 2018 às 20h10.

São Paulo - Entidades de representação da imprensa classificaram como "atentado à liberdade de expressão" e pediram a punição do responsável pela agressão contra o repórter Sérgio Roxo, do jornal "O Globo". O jornalista trabalhava na cobertura da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cidade de Francisco Beltrão, no Paraná, quando levou um soco de um segurança da equipe do petista.

"Além de injustificável ato de violência, foi lamentável tentativa de impedir o livre exercício do jornalismo. O trabalho dos jornalistas é levar os fatos ao conhecimento público e quem busca prejudicar essa missão está agredindo os próprios cidadãos, e, acima de tudo, afrontando o princípio maior da liberdade de imprensa", disse, em nota, a Associação Nacional dos Jornalistas (ANJ).

Sérgio Roxo filmava a intervenção a um carro de manifestantes feita por dois homens da equipe de Lula, quando foi abordado por um dos seguranças e agredido com um soco no rosto. O ataque aconteceu no acesso ao aeroporto de Francisco Beltrão, de onde o ex-presidente havia embarcado momentos antes com destino a Foz do Iguaçu (PR). O agressor não foi identificado.

"Toda e qualquer agressão a um jornalista é um atentado à liberdade de expressão. É preciso que a sociedade, as forças de seguranças e os políticos respeitem o trabalho do profissional. No caso, apesar de ter uma contextualização, o repórter estava fazendo o trabalho dele e precisa ter assegurado o direito de exercer sua profissão", afirmou Maria José Braga, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) emitiu uma nota de repúdio contra o incidente e pediu a apuração e punição do responsável.

"São extremamente preocupantes os atos de violência que tentam impedir a livre e necessária atuação da imprensa. Nada justifica ações como esta, que demonstram intolerância e desconhecimento do real papel dos veículos de comunicação de informar a sociedade sobre assuntos de interesse público", diz a manifestação da Abert.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também divulgou uma nota de repúdio do início da noite. No texto, além de lamentar o ocorrido desta segunda-feira, 26, a entidade menciona outros casos recentes de violência contra jornalistas, nos quais os profissionais foram agredidos por diferentes grupos de manifestantes e por policiais militares.

"A Abraji repudia toda e qualquer agressão a jornalistas no exercício da profissão. O uso de violência contra jornalistas atenta diretamente contra a liberdade de expressão - a mesma que garante a realização de protestos e de comícios políticos. Atacar um jornalista é comprometer um dos fundamentos da democracia, o acesso à informação", diz o texto.

A assessoria de Lula informou que o ex-presidente repudia qualquer ato de violência e que vai apurar o ocorrido.

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