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Entidades atacam condenação de jornalista no Paraná

Como o jornalista tem mais de 70 anos, pena de 9 meses de prisão foi trocada por 10 salários mínimos e suspensão dos direitos políticos

Jornalista: profissional foi condenado por reportagem em que denuncia o atraso em parecer sobre a construção do metrô de Curitiba (Getty Images)

Jornalista: profissional foi condenado por reportagem em que denuncia o atraso em parecer sobre a construção do metrô de Curitiba (Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 11h55.

São Paulo - A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) e a Associação Nacional dos Jornais divulgaram nota conjunta nesta terça-feira, 13, em que consideram "um grave equívoco" a condenação do jornalista Celso Nascimento, colunista do jornal Gazeta do Povo, a 9 meses e 10 dias de prisão.

A decisão foi proferida pelo juiz Plínio Augusto Penteado de Carvalho, da 13ª Vara Criminal de Curitiba (PR).

Nascimento foi condenado por publicar reportagem em que denuncia o atraso na emissão do parecer do processo sobre o edital para a construção do metrô de Curitiba.

No texto, o jornalista apontou como razão do atraso um possível vínculo do relator do processo, o conselheiro Ivan Bonilha, com o governador Beto Richa.

Como Nascimento tem mais de 70 anos, a pena foi convertida para multa de 10 salários mínimos e suspensão dos direitos políticos do jornalista.

"As associações consideram a atual decisão judicial um ataque à liberdade de expressão e ao livre exercício do jornalismo e esperam que a Justiça reforme a sentença", diz a nota.

Esta não é a primeira vez que a Gazeta do Povo é alvo de decisões que atentam contra a liberdade de imprensa neste ano. Cinco profissionais do jornal foram alvos de mais de 45 ações judiciais movidas por juízes e promotores do Estado após publicarem uma série de reportagens.

Com base em dados públicos, eles revelaram que, graças a gratificações, magistrados e membros do Ministério Público tinham rendimentos médios que superavam o teto constitucional do funcionalismo público, de mais de R$ 30 mil.

No início de julho, ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, suspendeu todas as ações e audiências referentes ao caso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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