Brasil

Entenda por que governo estuda a volta do horário de verão

Mecanismo pode ajudar a reduzir a demanda de energia ao final da tarde, momento crítico no sistema elétrico porque há redução de fontes intermitentes

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 12 de setembro de 2024 às 07h01.

Última atualização em 12 de setembro de 2024 às 10h35.

Tudo sobreHorário de verão
Saiba mais

Nesta quarta-feira, 11, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse à imprensa que o governo avalia implementar a volta do horário de verão como uma medida para reduzir os impactos da atual crise hídrica sobre o setor elétrico.

Presente na vida dos brasileiros durante décadas, que durante um período do ano adiantavam os relógios em uma hora, o horário de verão foi abolido, em 2019, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O governo, na época, justificou que a medida não resultava em economia de energia no horário de pico. Esse mecanismo prevê o máximo de aproveitamento da luz solar.

Dentro do Ministério de Minas e Energia, dois fatores principais explicam esse assunto voltar à tona.

O primeiro deles é tratar o horário diferenciado como alternativa na mesa para poupar recursos do sistema elétrico e garantir o fornecimento de energia. O governo já ampliou autorizações para o funcionamento de usinas termelétricas a gás, o que causou aumento da bandeira da conta de luz.

Silveira argumenta que volta do horário de verão pode ajudar a reduzir a demanda de energia ao final da tarde, um momento crítico no sistema elétrico porque há redução de fontes intermitentes (eólica e solar), quando se precisar acionar mais termelétricas e gerar mais energia com hidrelétricas. A lógica é se usar mais a luz solar e poupar energia.

Estudos técnicos feitos pelo governo, porém, já demonstraram que têm um efeito desprezível sobre o consumo por conta da dinâmica das empresas e das famílias. Não inibe, por exemplo, o uso de ar-condicionado. E as lâmpadas, que antes eram um fator de preocupação, hoje são mais eficientes.

Dentro do governo, porém, a avaliação é de que, caso o cenário se agrave, não se poderia desprezar nenhum recurso — e nem o ministério ser acusado de não tomar medidas contra a crise.

Outro fator que explica a volta da discussão é um pleito antigo do setor de turismo e de bares e restaurantes, que sempre viram no horário de verão uma forma de consumo extra para seus estabelecimentos.

Por conta dessas questões, a volta do horário de verão será decidida não apenas pelo MME, mas principalmente pelo Palácio do Planalto.

No ano passado, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a cogitar a volta desse mecanismo. Porém, além da maior oferta de energia eólica e solar no país, os técnicos avaliaram que, apesar de baixos, os níveis dos reservatórios hídricos estavam adequados.

Acompanhe tudo sobre:Horário de verãoEnergiaGoverno Lula

Mais de Brasil

Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe

Após indiciamento, Bolsonaro critica atuação de Moraes: 'Faz tudo o que não diz a lei'

PF indicia Bolsonaro, Heleno, Braga Netto e mais 34 pessoas por tentativa de golpe de Estado

Lula comenta plano golpista para matá-lo: 'A tentativa de me envenenar não deu certo'