São Paulo - Embora o ensino fundamental tenha melhorado no país, a qualidade da educação piorou em 294 redes municipais desde 2009. Levantamento da consultoria Meritt Educacional, feito a pedido do jornal O Estado de S.Paulo, mostra queda do desempenho dos alunos em duas edições consecutivas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Elaborado desde 2007 com base nos dados de fluxo escolar (taxa de aprovação) e médias na Prova Brasil, o indicador é divulgado a cada dois anos.
Nessas cidades, o Ideb caiu na edição de 2013, em relação à anterior, e na de 2011, em comparação com a de 2009. O levantamento revela também tendência de declínio da qualidade, uma vez que 159 redes municipais já haviam registrado índice menor em 2011 em relação a 2009 e 2007. De fato, o número de redes com Ideb baixo cresceu 85%. Em 22 cidades, foram três recuos seguidos.
Com 645 municípios, o Estado de São Paulo lidera a lista com 44 quedas duplas. O pior desempenho, porém, foi constatado em Pirambu, Sergipe, que caiu constantemente e foi de 3,2, em 2007, para 1,7, em 2013, nos anos finais do ensino fundamental. Enquanto isso, a média geral do país saltou de 4 para 4,9 nos anos iniciais e de 3,4 para 3,8 nos finais.
Apesar dos recuos, não há ainda mecanismos de acompanhamento das redes nem formas de intervenção ou punição dos gestores de área. Projeto de lei em tramitação no Congresso prevê a punição dos gestores e deve ser votado até 2016.
A diretora executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, defende a aprovação da Lei de Responsabilidade Educacional. "Não existe um fator que explique uma rede inteira retroceder ano após ano. Bem ou mal, a escolaridade média está em ampliação no Brasil, os recursos da Educação aumentaram muito no país. A gestão tem de ser muito ruim."
Para o sócio-fundador da Meritt, Alexandre Oliveira, o indicador não tem sido bem usado pelos municípios. "O Ideb é um termômetro que mostra a temperatura do paciente. Ficar só medindo não leva a febre a baixar, mas aponta que há um problema. Os gestores não estão sabendo essa temperatura", diz.
Soluções
O presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Aléssio Costa Lima, diz que o Ideb serve para apontar saídas e não para penalizar gestores ou professores.
"Não se pode dizer que uma só pessoa seja responsável isoladamente pelo fracasso ou sucesso de uma turma, escola, ou mesmo de um município", afirma. Para ele, cabe ao Ministério da Educação (MEC) identificar as cidades mais problemáticas e tentar realizar políticas de apoio.
O ministério não informou se acompanha os municípios com recuos contínuos. O MEC destacou que o programa Mais Educação, em parceria com secretarias estaduais e municipais, prioriza, desde 2008, escolas com Ideb baixo.
Recursos são dispostos para as unidades ampliarem a jornada com atividades extracurriculares. O projeto saltou de 1.380 escolas, com 386 mil alunos, para 60 mil unidades, com 7 milhões de estudantes, neste ano.
Alerta
Apesar de não haver previsão legal de punição para desempenhos ruins no Ideb, o Ministério Público de Contas de São Paulo quer, com base nos dados, avaliar se os municípios paulistas usaram mal os recursos públicos.
O órgão levantou todas as cidades do Estado que estavam abaixo da média do país e caíram nas duas últimas edições. No total, são 13.
Para a procuradora Élida Graziane Pinto, a queda tende a configurar má aplicação dolosa dos recursos. "Abre-se espaço para as sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa e para crime de responsabilidade de prefeitos", diz.
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1. As melhores segundo outros critérios
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1/9 (Agência Brasil)
São Paulo -
O perfil das escolas que figuram ano a ano na lista das instituições que tiveram o melhor desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não muda. Elas são privadas, focadas em um público de classe alta ou média alta e estão locadas – em sua grande maioria – na região Sudeste. Das 20 mais bem posicionadas, 13 estão distribuídas pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Para se ter uma ideia, entre as 10 primeiras com melhor pontuação média nas provas objetivas do Enem, apenas uma abriga mais do que 90 alunos – o que pode revelar uma tendência de concentrar alunos com melhor rendimento em turmas específicas. Um cenário distante da realidade de uma parte gritante das escolas públicas espalhadas pelo Brasil. As listas que você vê a seguir tentam mapear as outras instituições que se destacaram em diferentes cenários.
Os rankings levam em conta o tamanho da escola, o nível socioeconômico do público atendido e o número de alunos que efetivamente estudaram os três anos do ensino médio na mesma instituição de ensino. Em tempo: a maior parte das escolas que figuram no topo do
ranking não abrigaram necessariamente os alunos durante todo o ensino médio - um possível indicador de que algumas instituições importam os bons alunos de outras escolas nos últimos anos do ensino médio para melhorar o rendimento da turma. As escolas em todas as listas foram analisadas segundo o desempenho médio nas provas de redação, linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza, além dos critérios específicos de cada ranking.
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2. As melhores de grande porte e alta taxa de frequência
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2/9 (Divulgação/Facebook/Colégio Santo Agostinho BH)
Quando se leva em consideração o tamanho da escola e o número de alunos que efetivamente estudaram durante todo o ensino médio na instituição, as 10 com as melhores notas no Enem saem de cena. Mas isso não significa que o perfil das duas listas muda drasticamente. Apesar da maior parte das escolas de grande porte e com elevada taxa de permanência serem públicas, o topo do
ranking segundo estes critérios ainda é reservado às instituições privadas. Entre os 30 primeiros colocados, o Colégio Militar de Belo Horizonte (MG) é o único a fugir da regra. Entre as escolas mais bem posicionadas no ranking geral de desempenho no Enem (que leva em conta o desempenho nas cinco provas), o Colégio Santo Agostinho aparece em 17º. Na lista que você vê a seguir, a escola está em primeiro. As escolas foram listadas segundo o desempenho médio nas provas de redação, linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza. Além disso, todas têm mais de 90 alunos e mais de 80% dos inscritos no Enem estudaram todo o ensino médio na instituição.
1ª - Colégio Santo Agostinho – Belo Horizonte (BH) 2ª - Instituto Dom Barreto – Teresina (PI) 3ª - Colégio Móbile – São Paulo (SP) 4ª - Colégio Cruzeiro – Centro – Rio de Janeiro (RJ) 5ª - Colégio Santo Agostinho – Rio de Janeiro (RJ)
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3. As melhores notas na redação
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3/9 (Veja Rio)
A líder em redação foi, mais uma vez o Colégio São Bento, do Rio de Janeiro (RJ), com 886,56 pontos de média. Do top 10 de maiores notas, oito são colégios privados, exceto pelas federais Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Colégio de Aplicação do Recife, ambos no Pernambuco. Sete delas são consideradas de padrão financeiro “muito alto” — nas outras três não constam informações socioeconômicas. São Paulo (SP) não foi bem no ranking. A primeira da cidade é o Colégio Pentágono Caiubi, em 27º lugar. Na outra ponta, o número de reprovadas impressiona. Quase metade das escolas não obtiveram a nota mínima exigida pelo Ministério da Educação para que o aluno esteja apto a concluir o ensino médio. Foram 7.435 escolas com média inferior a 500 pontos das 15.640* que tiveram as notas divulgadas. Trata-se de 47,5% do total. Das reprovadas, 6.909 são escolas estaduais. Também para uma melhor análise, no ranking apresentado abaixo foram consideradas escolas com índice de permanência maior que 80%, o que indica que o colégio formou o aluno durante todo o ensino médio. Veja os cinco primeiros.
* Foram divulgados os resultados apenas das escolas que tiverem pelo menos 10 alunos participantes no Enem 2014, com taxa de participação foi igual ou superior a 50%. 1º – Colégio de São Bento – Rio de Janeiro (RJ) 2º – CEMP Ensino Médio Ltda – Rio de Janeiro (RJ) 3º – Colégio Cruzeiro - Centro – Rio de Janeiro (RJ) 4º – Colégio Lerote Ltda – Teresina (PI) 5º – Colégio de Aplicação da UFPE – Recife (PE)
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4. As melhores notas em matemática
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4/9 (Divulgação)
Em um ranking mundial de qualidade da educação divulgado em maio pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil ficou em 60º colocado de um total de 76 países avaliados. Um dos principais critérios de avaliação era o conhecimento de matemática. Nota-se que o bom ensino da disciplina no país é dominado pelos poucos que podem pagar. Das 25 escolas com maiores notas, todas são particulares. As turmas também são pequenas, o que favorece médias mais altas. O Objetivo Integrado, da rede Objetivo, por exemplo, contabiliza apenas a nota de 43 alunos para esse cálculo. O máximo de participantes entre as cinco primeiras foi de 120 alunos. Para uma melhor análise, foram consideradas escolas com índice de permanência maior que 80%, o que indica que o colégio formou o aluno e tem um ensino forte de matemática ao longo de todo o ensino médio. Veja os cinco primeiros.
1º – Objetivo Colégio Integrado – Mogi das Cruzes (SP) 2º – Móbile Colégio – São Paulo (SP) 3º – Instituto Dom Barreto – Teresina (PI) 4º – Villare Colégio – São Caetano do Sul (SP) 5º – Vértice Colégio Unidade II – São Paulo (SP)
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5. As melhores de pequeno porte
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5/9 (Reprodução/Anglo)
Os dados do Inep revelam que nos pequenos colégios, o aproveitamento é melhor. Salas de aula reduzidas aumentam o foco dos alunos e favorecem o aprendizado. No caso de um ranking do Enem, vale considerar também os colégios que mantém os alunos matriculados pelos três anos de ensino médio. A lista a seguir mostra os colégios com maior pontuação, com menos de 30 alunos que realizaram o exame e que tenha ao menos 80% do grupo matriculado por todo o ensino médio.
1º – Colégio Lerote Ltda – Teresina (PI) 2º – Villare Colégio – São Caetano do Sul (SP) 3º – Anglo Leonardo da Vinci Colégio – Carapicuiba (SP) 4º – CEMP Ensino Médio Ltda – Rio de Janeiro (RJ) 5º – Colégio Fazer Crescer - Ensino Médio – Recife (PE)
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6. As melhores com professores mais capacitados
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6/9 (Divulgação/Colégio Olimpo)
A base fundamental para um ensino de qualidade é formada por bons professores. Acontece que, em boa parte do país, os docentes não têm a formação adequada para as aulas que lecionam. Dentro da base de dados do Enem, há o Índice de Formação dos Docentes, que contabiliza a porcentagem do corpo docente de ensino médio que têm a formação acadêmica adequada para as funções que desempenham. Veja abaixo quem se destacou, tendo ao menos 80% dos docentes alocados no lugar devido.
1º – Colégio Olimpo Integrado – Goiânia (GO) 2º – Ari de Sá Cavalcante Colégio - Major Fecundo – Fortaleza (CE) 3º – Colégio de São Bento – Rio de Janeiro (RJ) 4º – Colégio e Curso Ponto de Ensino – Niteroi (RJ) 5º – Colégio de Aplicação da UFV – Viçosa (MG)
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7. As melhores em regiões rurais
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7/9 (Divulgação/Facebook/Colégio Técnico de Lorena (SP))
Das mais de 15 mil escolas analisadas pelo Inep no estudo sobre o desempenho no Enem, apenas 595 declararam estar presentes em regiões rurais do Brasil. Juntas, elas foram representadas por pouco mais de 20 mil alunos na edição 2014 do Exame Nacional do Ensino Médio. A maior parte delas é de administração federal, estadual ou municipal. Das 10 primeiras colocadas, apenas duas foram classificadas como de média ou baixa renda.
1ª - Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Cachoeira de Itapemirim (ES) 2ª - IFECTRS – Campus Feliz – Feliz (RS) 3ª - Colégio Técnico de Lorena – Lorena (SP) 4ª - Viverde Escola de Educação Básica - Bragança Paulista (SP) 5ª - Central de Ensino e Desenvolvimento Agrário de Florestal (MG)
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8. As melhores de baixa renda com mais de 90 alunos
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8/9 (DIlvugação/Blogspot/EEEP Maria Dolores Alcântara e Silva)
Para as escolas que você vê nesta lista, a ideia de figurar entre as com melhor rendimento no Enem ainda é uma promessa distante. Situadas em regiões de baixa renda, elas não aparecem sequer entre as mil mais bem colocadas do ranking. Mesmo assim, elas se destacam entre as instituições de ensino de grande porte em locais pobres. “O melhor desempenho [de uma escola] talvez seja pegar o aluno com nota 200 e dar um resultado de 400. Ainda assim, o aluno estará aquém de muitos outros, mas o trabalho dessa escola terá sido notável”, afirmou o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, na coletiva de imprensa para apresentação dos dados.
1ª - Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Minas Gerais – Campus São João Evangelista (MG) 2ª - EEEP Maria Dolores Alcântara e Silva – Horizonte (CE) 3ª - Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Baiano – Campus Senhor do Bonfim (BA) 4ª - Escola Técnica Estadual Magalhães Barata – Belém (PA)
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9. Para não fugir da tradição, veja:
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9/9 (Marcos Santos/USP Imagens)