Para a Costa Global, aberta por Paulo Roberto Costa, a Engevix pagou R$ 650 mil, segundo apontaram as quebras de sigilo (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 21 de maio de 2015 às 21h54.
São Paulo e Brasília - A construtora Engevix, acusada de usar o lobista Milton Pascowitch preso nesta quinta-feira, 20, na 13ª fase da Operação Lava Jato - para dar propina em contratos da Petrobras, por meio de "falsas consultorias", foi uma das que pagou a empresa Costa Global - aberta pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Alvo da nova fase da Lava Jato, Pascowitch é o elo da Engevix com o suposto pagamento de propina para o ex-ministro José Dirceu, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o PT.
Para a Costa Global, a Engevix pagou R$ 650 mil, segundo apontaram as quebras de sigilo.
Primeiro delator da Lava Jato, Costa confessou que era o braço do PP no esquema de arrecadação de propina na Petrobras e que abriu a Costa Global após sua saída da estatal, em 2012, por meio da qual recebeu valores que estavam atrasados referentes às propinas dos contratos da estatal.
Segundo as denúncias, indicados políticos do PT, PMDB e PP arrecadavam de 1% a 5% de propina em contratos da Petrobras assinados com 16 empresas acusadas de cartel, entre elas a Engevix.
"Mesmo depois de Paulo Roberto Costa deixar a Diretoria de Abastecimento da Petrobras, continuou recebendo propinas em decorrência de contratos firmados à época em que foi Diretor da estatal, em especial nos casos em que a execução dos contratos se estendeu no tempo após a sua saída. As tratativas para o recebimento de tais vantagens indevidas pendentes foram efetuadas diretamente entre Paulo Roberto Costa e os executivos das empreiteiras corruptoras, sendo que para operacionalizar tais recebimentos o referido réu se serviu da celebração de contratos fraudulentos de consultoria entre a sua empresa Costa Global e as empreiteiras", sustenta o Ministério Público Federal.
A Engevix informou que não fará comentários.