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Brasil dobrou produção eólica desde 2012

Demanda maior por eletricidade tornará país um polo de energias limpas

Parque Eólico de Osório, no Rio Grande do Sul: capacidade instalada de geração no país mais que dobrou desde 2012 (Getty Images)

Parque Eólico de Osório, no Rio Grande do Sul: capacidade instalada de geração no país mais que dobrou desde 2012 (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2015 às 12h47.

Nos próximos 35 anos, a demanda por eletricidade no Brasil deve triplicar, atingindo 1 624 terawatts-hora, segundo estimativa da Empresa de Pesquisa Energética, ligada ao Ministério de Minas e Energia. Isso equivale à atual média de consumo anual por habitante da União Europeia, que reúne algumas das nações mais industrializadas do mundo. Uma mudança no perfil dos lares brasileiros terá papel crucial no aumento da necessidade de energia. Até 2050, inovações como carros elétricos e o uso crescente de equipamentos eletrônicos de ponta farão dobrar o consumo de energia elétrica nas residências.

Para atender a essa demanda crescente, o país deve se consolidar como polo de geração de energia limpa e intensificar os investimentos em infraestrutura de distribuição. Atualmente, o Brasil já é destaque no cenário internacional. Mais de 80% de nossa matriz energética é proveniente de fontes renováveis. Boa parte disso — em torno de 65% — é produzida nas hidrelétricas. 

Nos próximos anos, uma série de investimentos deve alavancar a produção de energia pelas chamadas fontes complementares, como o sol, os ventos e a biomassa. De acordo com o estudo Energy Outlook, feito pela Bloomberg New Energy Finance, o Brasil deve receber investimentos de 300 bilhões de dólares para aumentar a produção de energia até 2040. Desse total, quase um terço deve financiar parques eólicos. Outros 40% irão para projetos de energia solar. A biomassa, combustível limpo que emite menos gases causadores do efeito estufa que os derivados do petróleo, deve receber 26 bilhões de dólares. Juntos, esses três tipos de energia podem representar 51% da matriz energética em 2040, ante os quase 15% atuais. 

Considerada por muitos especialistas como uma fonte crucial para o futuro da infraestrutura brasileira, a energia eólica já vem mostrando grandes avanços. Desde 2012, a capacidade instalada no país mais do que dobrou. Em janeiro de 2015, chegou a 7 gigawatts – e os especialistas acreditam que a capacidade instalada pode mais do que triplicar até 2023. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), hoje existem 281 parques eólicos instalados em 11 estados brasileiros. Cerca de 12 milhões de residências são abastecidas mensalmente com energia dos ventos no país.

O crescimento das fontes complementares deve gerar segurança para o crescimento do Brasil no futuro. “Não podemos controlar a intensidade dos ventos e dos raios solares, mas o avanço desse tipo de energia serve como um componente de segurança para o nosso sistema, que depende das hidrelétricas”, diz Tomaz Nunes Cavalcante Neto, especialista em eficiência energética e professor da Universidade Federal do Ceará.

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