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Energia do A-0 custará R$ 51,5 milhões a mais, diz Comerc

Comercializadora explica que exposição a diferentes submercados de energia gerou sobrepreço no mês passado no valor contratado por distribuidoras durante leilão


	Energia: no leilão A-0, a Eletronorte vendeu 280 MW médios a um preço de R$ 271 por Mwh
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Energia: no leilão A-0, a Eletronorte vendeu 280 MW médios a um preço de R$ 271 por Mwh (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2014 às 15h26.

São Paulo - A liquidação da energia adquirida no 13º Leilão de Energia Existente (LEE), o chamado o leilão A-0, realizado em 30 de abril, impôs um custo adicional às distribuidoras de R$ 51,5 milhões em maio, conforme levantamento realizado pela Comerc Energia.

A comercializadora explica que a exposição a diferentes submercados de energia gerou sobrepreço, no mês passado, no valor contratado pelas distribuidoras durante o leilão, efeito que pode se repetir nos próximos meses.

De acordo com cálculos da Comerc, o preço efetivo da energia proveniente do leilão para as distribuidoras na liquidação de maio de 2014, considerando os ajustes da exposição das distribuidoras aos diferentes submercados, é até 33,2% maior que o preço médio do leilão de R$ 270,81/MWh, o que gerou o custo adicional.

Conforme explicou a Comerc, no modelo do sistema elétrico brasileiro, os contratos celebrados entre os vendedores de energia e as distribuidoras acabam muitas vezes relacionando agentes localizados em submercados diferentes.

No caso do leilão A-0, por exemplo, a Eletronorte, locada no submercado Norte, vendeu 280 MW médios a um preço de R$ 271 por Mwh.

Como o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) nos submercados Sudeste/Centro Oeste (SE/CO) e Sul foi maior, as distribuidoras destes submercados que compraram a energia do submercado Norte têm de liquidar a diferença via PLD, gerando um sobrepreço no valor contratado no leilão.

"Esse custo adicional será pago pelo caixa das distribuidoras e repassado para a tarifa de energia no momento do reajuste, portanto podemos esperar mais este impacto na composição do preço da energia", afirmou o presidente da Comerc, Cristopher Vlavianos, em nota.

Para as distribuidoras do submercado Norte, o efeito é diferente. As empresas receberam em maio o montante da liquidação dessa energia, reduzindo o preço da tarifa.

Neste caso, conforme os cálculos da Comerc, o preço efetivo é 141,23% menor que o valor do leilão, beneficiando distribuidoras como Celpa, Cemar, Celtins e Ceron.

As diferenças do PLD entre os submercados são decorrentes das restrições operativas nos sistemas de transmissão.

Caso o descasamento dos valores do PLD nos submercados persista nos meses seguintes, a situação poderá ser observada outras vezes.

Para esta segunda semana de junho, porém, o PLD foi fixado a um valor médio de R$ 318,60/MWh para os submercados Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte, mas ficou em R$ 220,29/MWh no submercado Sul.

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