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Enem 2017: tema da redação aborda educação de surdos no país

O tema da redação deste ano do Enem segue a tendência de tratar de assuntos sociais

PESSOA COM APARELHO DE SURDEZ: IBGE calcula que há mais de 10 milhões de surdos no Brasil (AndreyPopov/Thinkstock)

PESSOA COM APARELHO DE SURDEZ: IBGE calcula que há mais de 10 milhões de surdos no Brasil (AndreyPopov/Thinkstock)

Diogo Max

Diogo Max

Publicado em 5 de novembro de 2017 às 13h47.

Última atualização em 5 de novembro de 2017 às 18h05.

São Paulo - O tema da redação do Enem 2017 é "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil". A informação foi divulgada neste domingo, logo após o fechamento dos portões (13h30), pela página do Facebook do Ministério da Educação (MEC).


O tema deste ano segue a tendência de abordar assuntos sociais. No passado, já foram assunto da redação do Enem a intolerância religiosa,  a violência contra a mulher, a publicidade infantil, a lei seca e o movimento imigratório.

Segundo o MEC, a estrutura do texto deve ser dissertativo-argumentativo, com até 30 linhas, desenvolvido a partir da situação proposta no tema e de subsídios oferecidos pelos textos motivadores.

"O texto é dissertativo porque disserta sobre um assunto proposto, descreve-o e explica-o. É também argumentativo porque defende uma opinião e tenta convencer o leitor com argumentos. O material precisa ser opinativo e organizado para a defesa de um ponto de vista, já que a opinião do autor deve estar fundamentada com explicações e argumentos", afirma o Ministério da Educação, em nota enviada à imprensa

Ainda de acordo com o MEC, só receberá nota zero quem tiver uma fuga total ao tema; não obediência à estrutura dissertativo-argumentativa; cópia integral de texto motivador da proposta de redação e/ou de textos motivadores do caderno de questões; impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação, entre outros motivos

Neste ano, a redação está sendo aplicada pela primeira vez no primeiro dia do exame, junto com as provas de Linguagens, códigos e suas tecnologias; e Ciências humanas e suas tecnologias, que somam 90 questões de múltipla escolha.

Os estudantes têm até 5 horas e 30 minutos para resolver todas as questões, além da redação. Aqueles com direito a tempo adicional e que solicitaram o recurso durante a inscrição terão uma hora a mais. Deficientes auditivos e surdos que optaram fazer a videoprova traduzida em libras, novidade desta edição, terão duas horas a mais de prova. 

Para mais de 6,7 milhões de pessoas, essa é a chance de garantir uma vaga em diversas instituições de ensino superior e de acessar programas de financiamento, como o Fies, e de bolsas, como o Programa Universidade para Todos (ProUni). A divulgação do gabarito ocorrerá no dia 16 de dezembro e, em janeiro de 2018, divulgam-se os resultados individuais.

A próxima etapa do Enem será no domingo seguinte. 

Direitos Humanos

Ontem, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, negou os pedidos de liminar feitos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela Advocacia-Geral da União (AGU), que queriam permitir a anulação das redações que desrespeitem direitos humanos. Ferir os direitos humanos anulou 0,08% das redações do Enem 2016.

A partir da decisão, o MEC e o Inep ( Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) decidiram acatar a decisão sem recorrer ao Plenário do STF, garantindo que estudantes pudessem possam fazer a prova com segurança jurídica e com a tranquilidade necessária ao exame. Dessa forma, não será atribuída nota zero à redação que violar os direitos humanos.

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