Escombros: Corpo de Bombeiros já havia localizado restos mortais na terça-feira (8), além do corpo do morador Ricardo Pinheiro na sexta-feira (4) (Rovena Rosa/Agência Brasil)
AFP
Publicado em 9 de maio de 2018 às 18h32.
Última atualização em 9 de maio de 2018 às 19h52.
Os bombeiros encontraram nesta quarta-feira (9) novos restos mortais que poderiam corresponder aos de uma terceira vítima do desabamento de um edifício de 24 andares em São Paulo na semana passada, convertido em uma montanha de escombros sob a qual buscam sete desaparecidos.
As "partes de corpo" foram encontradas esta manhã pela cadela especializada Vasty, segundo informou o Corpo de Bombeiros em sua conta no Twitter, e estão sendo analisadas pelo Instituto Médico Legal (IML).
O Corpo de Bombeiros localizou, nesta quarta-feira (09), novos fragmentos de ossos foram encontrados e (escombros do Edifício Wilton Paes de Almeida). encaminhados para o Núcleo de Antropologia, que irá realizar os exames necessários para identificação humana. continua...
— Corpo de Bombeiros PMESP (@BombeirosPMESP) May 9, 2018
Somente após os exames poderão saber se correspondem a uma das vítimas ainda não identificadas, detalhou um porta-voz da corporação à AFP.
Desde a impressionante queda do edifício, habitado por sem-teto, na madrugada de 1º de maio, as equipes de resgate só conseguiram localizar os restos mortais de duas pessoas.
Os primeiros foram os Ricardo Pinheiro, morador que ficou preso ao edifício quando faltavam poucos segundos para que os bombeiros conseguissem retirá-lo do imóvel, que ardia pelo incêndio que causou o desastre.
Seu corpo, o único que podia ser identificado, foi resgatado na sexta-feira. Na terça-feira, as equipes de resgate localizaram outro corpo sob a enorme montanha de escombros.
As primeiras investigações indicam que um curto-circuito no quinto andar pode ter causado o fogo, desatando uma catástrofe que reabriu o debate sobre o déficit habitacional sofrido pela cidade.
Nos anos 1980, o edifício chegou a ser a sede da Polícia Federal, mas sua decadência começou a partir de 2001. Há 10 anos era ocupado pelo coletivo Luta por Moradia Digna (LMD), e, segundo os últimos registros, contava com mais de 100 famílias que pagavam diferentes aluguéis.