Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, inundada pela enchente que assola o estado (Gustavo Mansur/ Palácio Piratini/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 24 de maio de 2024 às 15h35.
Última atualização em 24 de maio de 2024 às 19h16.
O nível do Guaíba voltou a ultrapassar a marca dos 4 metros na tarde desta sexta-feira, no Cais Mauá, em Porto Alegre. A última vez que a cota do lago tinha alcançado essa marca havia sido na terça-feira, dia 21. A capital gaúcha enfrenta fortes chuvas desde a véspera e amanheceu coberta por lixo e entulhos.
De acordo com dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB), a cota do Guaíba era 4,03 metros. A medição foi feita às 13h desta sexta-feira. O nível passou dos 4 metros na noite do dia 21 e seguiu em tendência de queda.
O valor mais baixo registrado pelo SGB, desde então, foi de 3,82 metros, no dia 22.
Com as enchentes que vêm atingindo Porto Alegre nas últimas semanas, a capital gaúcha vem se tornando um lixão a céu aberto. Vêm se proliferando em toda a cidade montanhas de descartes de móveis, alimentos, produtos e outros bens destruídos pelas chuvas.
Moradores de Porto Alegre relatam mau cheiro, com restos mortais de peixes e outros animais, insetos e animais peçonhentos. A lama e o lodo também permeiam tudo o que acabou inundado. Só na última semana, os garis retiraram mil toneladas de resíduo. Com vários pontos da cidade ainda submersos, os profissionais trabalham apenas onde é possível chegar. Seis bairros seguem totalmente inacessíveis.
No dia 16 de maio, a prefeitura de Porto Alegre informou que já haviam sido removidos 119 toneladas de lixo apenas nos bairros Cidade Baixa e Menino Deus. A limpeza acontece em partes secas da cidade, onde a água havia recuado. A conta da limpeza, de acordo a prefeitura, ultrapassa os R$ 24 milhões, mas deve chegar a mais de R$ 100 milhões, dizem os técnicos.
A prefeitura de Porto Alegre voltou a fechar as comportas no muro do Cais Mauá após as chuvas inundarem novamente o centro da capital gaúcha. A gestão municipal tem usado sacos de areia e cimento para evitar que a água entre na área urbana.
A medida havia sido anunciado na véspera, em entrevista coletiva do prefeito Sebastião Melo (MDB). Na ocasião, o emedebista informou que cinco portões que foram abertos intencionalmente ou romperam durante a enchente em Porto Alegre seriam novamente fechados.
O fechamento das comportas é realizado pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE). A primeira a ser obstruída é a de número 3, situada no cruzamento da Avenida Mauá com a Rua Padre Tomé, com o uso de "com grandes sacos de areia e cimento".
"Estamos fechando a comporta de número 3. O portão 12 ainda está escoando a água de dentro da cidade para o Guaíba. Os demais vamos avaliando a necessidade de fechar ao longo do dia", informou o DMAE em suas redes sociais.