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Empréstimo a Bumlai foi "abençoado" por Lula, afirma delator

Delação: o empresário Salim Schahin, do Grupo Schahin, disse que o empréstimo de R$12 mi estaria "abençoado" por Lula


	Delação: o empresário Salim Schahin, do Grupo Schahin, disse que o empréstimo de R$12 mi a Bumlai estaria "abençoado" por Lula
 (Rodolfo Buhrer/ Reuters)

Delação: o empresário Salim Schahin, do Grupo Schahin, disse que o empréstimo de R$12 mi a Bumlai estaria "abençoado" por Lula (Rodolfo Buhrer/ Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2015 às 07h23.

São Paulo - O empresário Salim Schahin, um dos donos do Grupo Schahin, afirmou em sua delação premiada que o pecuarista José Carlos Bumlai levou o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares a reunião na sede da empresa durante as tratativas para empréstimo de R$ 12 milhões, concedido em 2004, que teria como destino final os cofres do PT.

Todo negócio estaria "abençoado" pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele nega.

A operação de empréstimo, um dos motivos que levaram Bumlai para a cadeia nesta terça-feira, 24, foi revelada pelo delator Eduardo Musa, ex-gerente da Petrobras.

Ele relatou em outubro aos procuradores da força-tarefa que Bumlai, juntamente com o operador de propinas do PMDB Fernando Baiano, teria dirigido um contrato da estatal de R$ 1,3 bilhão - para operação do navio-sonda Vitoria 10.000 - como compensação a uma dívida de "R$ 60 milhões" do PT com a Schahin.

Telefonema. O empresário confirma a contratação como pagamento pelo empréstimo nunca pago feito pelo pecuarista amigo de Lula.

Alvo da Lava Jato, Salim contou o que sabia no início do mês e relatou que o então ministro José Dirceu ligou pessoalmente para ele.

"Em meados de 2004, José Carlos Bumlai foi trazido ao Banco Schahin pelo então executivo do banco Sandro Tordin, buscando tomar um financiamento de R$ 12 milhões", disse Salim em depoimento.

"Na ocasião foi apresentado um pedido de empréstimo, alegando-se, inclusive, que se tratava de um pedido do Partido dos Trabalhadores e ele, José Carlos Bumlai, tomaria o empréstimo em nome do partido, pois havia uma necessidade do PT que precisava ser resolvida de maneira urgente", registra a força-tarefa.

Em 2004, o PT participaria das primeiras disputas eleitorais nos municípios, após a eleição de Lula como presidente, em 2002. "O empréstimo foi concedido porque abriria oportunidade de retorno em negócios para o grupo empresarial junto ao governo."

"Dias depois foi realizada uma nova reunião na sede do Banco Schahin", conta Salim. "Como novidade, Bumlai veio acompanhado de Delúbio Soares."

A presença do ex-tesoureiro do PT - que foi condenado em 2012 no processo do mensalão - "trouxe um pouco de mais de conforto", disse Schahin. "Tendo em conta que ele, diferentemente de Bumlai, tinha relação direta com o PT." No novo encontro, o empresário afirmou que Bumlai e Delúbio insistiram na necessidade de urgência no empréstimo.

Schahin conta que, nesse segundo encontro, Bumlai e Delúbio informaram que como "evidência adicional", a Casa Civil procuraria um dos acionistas do Banco Schahin. "Dias depois o depoente (Salim Schahin) recebeu um telefonema de José Dirceu.

A conversa tratou de amenidades não abordando a operação de Bumlai, mas a mensagem estava entendida." 

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