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Empresários pedem maior fiscalização em fronteiras

Segundo dados da ABCF, cerca de R$ 20 bilhões em produtos piratas ingressam anualmente no Brasil do Paraguai


	Segundo dados da ABCF, cerca de R$ 20 bilhões em produtos piratas ingressam anualmente no Brasil do Paraguai
 (Alexandre Battibugli)

Segundo dados da ABCF, cerca de R$ 20 bilhões em produtos piratas ingressam anualmente no Brasil do Paraguai (Alexandre Battibugli)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2015 às 14h46.

São Paulo - Empresários brasileiros pediram nesta terça-feira para que as autoridades aumentem o controle nas fronteiras com Paraguai, Peru e Colômbia e reforcem a fiscalização nos portos para combater o contrabando, crime que gera perdas de US$ 34 bilhões anuais.

"Estamos perdendo a guerra contra o contrabando e a pirataria", afirmou em uma coletiva de imprensa em São Paulo o diretor da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), Rodolpho Ramazzini.

A ABCF organizou um ato por ocasião do Dia Nacional da Luta contra o Contrabando. Ramazzini afirmou que o comércio ilegal de mercadorias "custa caro para a saúde pública, para o consumidor e para as fontes de trabalho no Brasil".

Segundo dados da ABCF baseados em estatísticas oficiais, cerca de R$ 20 bilhões em produtos piratas ingressam anualmente no Brasil do Paraguai.

"Este dinheiro daria para construir cerca de 3.800 creches", comparou.

Ramazzini, advogado da instituição criada há 20 anos para combater o contrabando, chamou o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, de "bandido", e o acusou de incentivar a produção de tabaco no país com alíquotas de "apenas" 9%, contra o 70% de taxação do cigarro brasileiro.

"Devemos ter uma agenda positiva com o Paraguai, independente de quem está governando agora ser um bandido", recomendou.

O cigarro contrabandeado do Paraguai é o principal item do comércio ilegal brasileiro, seguido por peças de automóveis, segundo o dirigente.

"O cigarro paraguaio vale a metade do brasileiro mas tem substâncias proibidas no Brasil há mais de dez anos, além de ter detritos e restos de insetos em meio ao tabaco", questionou.

Aproximadamente 13 mil comerciantes foram alvos de denúncias no ano passado por vender cigarros importados do Paraguai.

Ramazzini disse ainda que "organizações criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e outras lavam dinheiro com o contrabando de cigarros por meio da fronteira seca com o Paraguai, o que é menos arriscado do que transportar maconha".

O problema, segundo ele, é a deficiência da fiscalização nas fronteiras e nos postos de controle de trânsito de pessoas, como a Ponte da Amizade, que liga Foz de Iguaçu com Ciudad del Este.

"Temos 16 mil quilômetros de fronteiras terrestres e apenas 36 postos de fiscalização", ressaltou Ramazzini. Para ele, é necessário ocupar a zona de floresta com a Bolívia, Peru e Colômbia, países produtores de cocaína.

Após o evento, durante o qual cigarros contrabandeados foram triturados em uma máquina, o dirigente disse à Agência Efe que produtos falsificados provenientes da China entram na zona franca de Iquique, no Chile, e depois chegam no Brasil após atravessar o Paraguai.

"O Paraguai compra os produtos legalmente do Chile como importados, mas depois eles penetram no mercado consumidor maior, que é o Brasil. Pedimos uma maior fiscalização para defender o trabalho e a saúde dos brasileiros. Não é protecionismo", afirmou.

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