Brasil

Empresa que reforma Maracanã pede que tribunal resolva greve

Consórcio quer que a justiça decida quem tem a razão; dois mil funcionários estão parados

A greve nas obras continua pelo menos até segunda-feira (Jcsalmon/Wikimedia Commons)

A greve nas obras continua pelo menos até segunda-feira (Jcsalmon/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2011 às 17h00.

Rio de Janeiro - O consórcio responsável pela reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 anunciou nesta sexta-feira que, diante da falta de um acordo com os empregados em greve desde quarta-feira passada, pedirá que um tribunal resolva o conflito.

O anúncio foi feito nesta sexta-feira depois que os grevistas rejeitaram as concessões prometidas pelo Consórcio Maracanã Rio 2014 e decidiram permanecer de braços cruzados pelo menos até segunda-feira, quando se reunirão em nova assembleia.

A decisão suspende as negociações que a empresa antecipava com o sindicato que representa os trabalhadores, uma vez que ambas partes passarão a ser querelantes em processo aberto pelo Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, que deverá decidir quem está com a razão.

A paralisação das obras prosseguirá até que o tribunal se pronuncie sobre a legitimidade da greve e das reivindicações dos grevistas.

Os cerca de dois mil trabalhadores responsáveis pelas obras paralisaram suas atividades na quarta-feira após um acidente que deixou ferido um dos empregados e afirmam que retomarão suas atividades apenas quando o consórcio responsável pela reforma atender todas suas reivindicações.

Os grevistas exigem que a empresa conceda seguro de saúde, que aumente o auxílio-alimentação e reajuste o salário de alguns empregados que recebem menos que a maioria.

Em uma primeira reunião na quinta-feira com os líderes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Rio de Janeiro, o consórcio se comprometeu a conceder seguro de saúde a todos os trabalhadores, mas não deu resposta aos outros pedidos.

Apesar de os dirigentes do sindicato terem inicialmente aceitado o acordo proposto pela empresa, os grevistas o rejeitaram na assembleia que realizaram na manhã desta sexta-feira.

Segundo um comunicado divulgado pelo Consórcio, ambas partes chegaram a um acordo pelo qual a empresa atende algumas das reivindicações do sindicato para não prejudicar o andamento das obras de reforma do Maracanã.

"Sobre os pontos em que não houve consenso, o Consórcio manifestou sua disposição a discuti-los na próxima reunião coletiva", informou a nota.

Segundo o comunicado, como os grevistas contrariaram esse acordo e decidiram manter a paralisação, ao Consórcio resta apenas a opção de pedir que o conflito seja resolvido pelo Tribunal Regional de Trabalho.

A empresa responsável pela reforma deve entregar as obras, que custarão R$ 956,8 milhões, no final de 2012 para que o Maracanã esteja pronto pelo menos seis meses antes da Copa das Confederações, que será disputada em junho de 2013.

Acompanhe tudo sobre:EstádiosGrevesJustiça

Mais de Brasil

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho