Brasil

Empresa inativa de Bumlai recebeu R$ 64 mi do BNDES, diz PGR

São Fernando Açúcar e Álcool foi beneficiária de um primeiro empréstimo do BNDES, no montante de R$ 64 milhões, em fevereiro de 2005


	BNDES: dívida com o banco, segundo os investigadores, chega a R$ 400 milhões
 (Vanderlei Almeida/AFP)

BNDES: dívida com o banco, segundo os investigadores, chega a R$ 400 milhões (Vanderlei Almeida/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2015 às 17h08.

São Paulo - A força-tarefa da Operação Lava Jato mira em financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a empresas do pecuarista José Carlos Bumlai.

São alvos da investigação a São Fernando Açúcar e Álcool e a São Fernando Energia 1, empresas sob administração dos filhos do amigo do ex-presidente Lula. Bumlai foi preso nesta terça-feira, 24, na Operação Passe Livre, 21ª fase da Lava Jato.

A São Fernando Açúcar e Álcool foi beneficiária de um primeiro empréstimo, no montante de R$ 64 milhões, em fevereiro de 2005, quatro meses depois do empréstimo de R$ 12 milhões concedido pelo Banco Schahin a Bumlai - dinheiro que teria sido destinado ao PT, segundo a investigação.

"A Receita constatou que a empresa estava inativa na época, não tinha empregado, nem receita operacional quando ocorreu o primeiro empréstimo", assinala o procurador da República Diogo Castor de Mattos, da força-tarefa do Ministério Público Federal.

Em 2008 foi realizado um segundo empréstimo em favor da São Fernando Açúcar e Álcool, no valor de R$ 350 milhões.

"Naquele ano já havia pedido de falência dessa empresa, já havia sido protocolado pedido de falência contra a São Fernando Açúcar e Álcool", informou o procurador.

Em 2013, ainda de acordo com a Lava Jato, a São Fernando Açúcar e Álcool entrou em recuperação. Os investigadores relatam que, em agosto de 2015, o BNDES pediu falência da empresa, com dívidas acumuladas de mais de R$ 1 bilhão.

A dívida com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, segundo os investigadores, chega a R$ 400 milhões, "créditos foram sendo concedidos e não pagos ao longo do tempo".

A outra empresa de Bumlai, a São Fernando Energia, consta na base de dados da Receita como beneficiária de novo aporte do BNDES, em 2012, no valor de R$ 104 milhões.

"Em 2012, (a São Fernando Energia) contava com apenas 7 funcionários. Ela dá um aporte no capital social de R$ 10 mil para R$ 30 milhões e começa a ter atividade operacional. Os fatos ainda estão sob investigação, por isso a diligência de hoje para obtenção de contratos no próprio BNDES. Temos que saber se a liberação desse crédito seguiu as normas."

BNDES

Procurado pela reportagem, o BNDES afirmou, em nota, que todas as operações com a São Fernando seguiram os trâmites normais, sem qualquer irregularidade.

Segundo a nota do banco, não ocorreu concessão de crédito para a São Fernando em 2005 e que o empréstimo direto foi realizado em 2008 e 2009 e o indireto foi contratado em 2012.

Acompanhe tudo sobre:BNDESCorrupçãoEmpresáriosEmpresasEscândalosFraudesLuiz Inácio Lula da SilvaOperação Lava JatoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas