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Empresa de filho de Lula ganhou R$2,4 mi de empresa suspeita

A Marcondes & Mautoni Empreendimentos fez repasses à LFT Marketing Esportivo, aberta em março de 2011 por Luís Cláudio


	Luís Cláudio Lula da Silva: a Marcondes & Mautoni Empreendimentos fez repasses à LFT Marketing Esportivo, aberta em março de 2011 por Luís Cláudio
 (Reprodução)

Luís Cláudio Lula da Silva: a Marcondes & Mautoni Empreendimentos fez repasses à LFT Marketing Esportivo, aberta em março de 2011 por Luís Cláudio (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2015 às 08h33.

Brasília - Uma empresa de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu pagamentos de uma das consultorias suspeitas de atuar pela Medida Provisória 471, que prorrogou benefícios fiscais de montadoras de veículos.

A Marcondes & Mautoni Empreendimentos fez repasses à LFT Marketing Esportivo, aberta em março de 2011 por Luís Cláudio.

Os valores alcançam R$ 2,4 milhões e foram transferidos em parcelas de R$ 400 mil, conforme apurou o jornal O Estado de S. Paulo. Naquele mesmo ano, a medida provisória começou a vigorar.

Luís Cláudio confirma os pagamentos. Em nota, ele informou, por meio de seus advogados, que a LFT prestou serviços à Marcondes & Mautoni na área de "marketing esportivo", mas não os especificou. "O referido valor foi devidamente contabilizado e declarado", disse.

O empresário alega que seu ramo de trabalho "sempre foi o esporte, exclusivamente na esfera privada". Luís Cláudio afirma que sua empresa realizou "projetos" para a Marcondes & Mautoni, "sempre na sua área de atuação".

Representante

Aberta em agosto de 1998, a Marcondes & Mautoni atua como representante de montadoras em entidades do setor, como a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea) e o Sindicato Nacional da Indústria de Veículos (Sinfavea).

Nos registros da Receita Federal, não há nenhuma referência ao esporte entre as atividades econômicas da empresa.

O dono do escritório, Mauro Marcondes Machado, atua há décadas como representante de montadoras nas entidades do segmento automotivo.

"Há quase 40 anos ele é vice-presidente e tem cargos dentro da Anfavea. É uma pessoa que tem profundo conhecimento do setor", justificou o presidente da MMC Automotores, representante da Mitsubishi, Robert Rittscher, em depoimento à CPI do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) no Senado.

Os repasses para a empresa de Luís Cláudio foram identificados em investigação sobre transações financeiras da Marcondes & Mautoni.

A empresa está na mira da Operação Zelotes, que apura esquema de corrupção no Carf, realizada conjuntamente pela Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público Federal e Corregedoria do Ministério da Fazenda.

A Marcondes & Mautoni é suspeita de ter operado para reduzir, irregularmente, uma multa aplicada pelo "tribunal da Receita" à MMC Automotores.

'Ilação'

Procurada pela reportagem, a Marcondes & Mautoni informou jamais ter feito "qualquer repasse a qualquer empresa ou pessoa".

Em nota, sustentou que "jamais houve qualquer gestão de quem quer que seja em nome da M&M, ou a seu pedido, ou para qualquer de seus clientes, no ambiente de governo, sendo um despautério qualquer ilação em sentido contrário".

E alegou que faz "todos os seus negócios sempre com observância à legislação". A empresa não deu explicações sobre serviços prestados à empresa de Luís Cláudio.

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