Odebrecht: a PF investia a Odebrecht, grupo que mais tem negócios com o fundo, cerca de R$ 4 bilhões (jbdodane/Flickr/Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2014 às 11h18.
Brasília - Beneficiárias de financiamentos do FI-FGTS, as empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato da Polícia Federal foram questionadas pela Caixa sobre o nível de envolvimento no esquema de corrupção. Oito das dez maiores construtoras brasileiras foram citadas na operação que investiga esquema de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobras.
Algumas delas são sócias do FI-FGTS ou possuem financiamento com recursos do fundo.
Os advogados das construtoras garantiram à Caixa que as empresas sob investigação fazem parte das holdings, mas não têm contratos isolados com o FI-FGTS. Por exemplo: a PF investia a Odebrecht, grupo que mais tem negócios com o fundo, cerca de R$ 4 bilhões.
Das 15 empresas do grupo, as duas que têm participação do fundo (Ambiental e Transport) não estão sendo investigadas pela PF, garantem. Na carteira de negócios da unidade de transporte estão grandes empreendimentos, como as rodovias Dom Pedro (SP) e BR-163 (MT), o Aeroporto Internacional do Galeão e a Linha 6 do metrô de São Paulo.
A Odebrecht Energia é uma das sócias da Santo Antônio Energia, concessionária da Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira (RO).
No mês passado, a reunião do comitê de investimento do FI-FGTS foi cancelada por falta de quórum: a bancada do governo alegou que não poderia participar, quatro horas antes do início do encontro.
Nos bastidores, alguns integrantes do comitê disseram ao Estado que o governo não queria aprovar a operação que favorecia à Queiroz Galvão, empresa investigada na operação Lava Jato. "Evitaram o desgaste da divulgação de que o dinheiro do trabalhador estava sendo repassado para uma empresa investigada por corrupção", disse um integrante do FI-FGTS.
A sociedade entre a Queiroz Galvão Energias Renováveis, braço do grupo que é ligado à produção de energia alternativa, e o FI-FGTS foi aprovada em dezembro de 2013. Mas, como o desembolso dos recursos, destinados à ampliação de parques eólicos no Nordeste não foi feito nos nove meses seguintes, é preciso um novo aval do comitê.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.