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Emílio Ribas: 2 meses de espera para vacina contra febre amarela

Para quem precisar do documento e não conseguir vaga no Emílio Ribas, a solução é buscar outros 5 postos de saúde que fornecem o certificado

Instituto Emílio Ribas: principal ponto de vacinação e emissão do documento na capital só há vagas em março (Osnei Restio/Prefeitura de Nova Odessa/Divulgação)

Instituto Emílio Ribas: principal ponto de vacinação e emissão do documento na capital só há vagas em março (Osnei Restio/Prefeitura de Nova Odessa/Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 20 de janeiro de 2018 às 11h12.

São Paulo - Com o surto de febre amarela, os moradores da cidade de São Paulo que têm viagem marcada para o exterior podem enfrentar alguma dificuldade para conseguir o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP), exigido por mais de 100 países. Isso porque no Instituto Emílio Ribas, o principal ponto de vacinação e emissão do documento na capital, só há vagas em março.

Até lá, a agenda está cheia. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde, à qual o instituto é vinculado, a orientação é seguir a fila, mesmo que haja urgência para a vacinação. A recomendação é que a imunização seja feita pelo menos dez dias antes da viagem.

Alternativas

Para quem precisar do documento e não conseguir vaga no Emílio Ribas, a solução é buscar outros cinco postos de saúde municipais que fornecem o certificado. São eles: UBS Jardim Edite (Rua Charles Coulomb, 80), Hospital Dia Rede Hora Certa Penha ( Praça Nossa Senhora da Penha, 55), UBS Itaquera (Rua Américo Salvador Novelli, 265), UBS Integral Jardim Miriam II (Avenida Cupecê, 5185) e UBS Vila Prel (Rua Theresa Maia Pinto, 11). Nesses locais, é possível tanto se vacinar contra febre amarela, quanto solicitar apenas a emissão do certificado. No entanto, as unidades de saúde da capital têm registrado longas filas.

Quem já tiver se vacinado e precisar apenas do comprovante pode procurar ainda os postos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos. Nesse caso, é preciso fazer um cadastramento prévio no site da agência. Lá também é possível consultar a lista de países que exigem o certificado para ingresso.

Clínicas particulares

Quem quiser tomar a vacina em clínicas particulares também pode encontrar dificuldade. Pelo menos seis delas procuradas pela reportagem em São Paulo já exibiam avisos em seus sites sobre a indisponibilidade da vacina. A maioria também informava não ter previsão para a chegada de novos lotes. Todas as clínicas informaram que estavam com problemas no atendimento por telefone devido ao aumento da procura pelas vacinas.

Na Clínica Vacinarte, visitada pela reportagem da Agência Brasil, já na recepção as profissionais são orientadas a informar que não há vacina disponível. Desde o início do ano, foram aplicadas 300 doses, o que fez com que o estoque esgotasse na última quinta-feira. A previsão é que novas vacinas cheguem somente em março. A procura congestionou até mesmo a linha telefônica da clínica. "Em dois dias tivemos 6 mil ligações. Nossa linha foi bloqueada. Agora estamos informando as pessoas por meio de uma mensagem gravada", disse a enfermeira do local, Adriana Almeida.

Segundo ela, a procura aumentou desde o ano passado, mas não de forma tão intensa como no início de 2018. "Normalmente aplicamos poucas doses, uma média de três por mês. Mas a procura aumentou no começo de 2017 e ficou ainda maior no meio do ano. No final do ano houve queda e, agora, aumentou novamente devido à divulgação na mídia".

Em outra clínica na zona oeste, a Clivan, a situação se repete. Em apenas dois dias foram aplicadas 200 doses e o estoque acabou. O reabastecimento também será feito em março. "A procura aumentou no final do ano e no começo de janeiro porque a imprensa está enfatizando as informações e principalmente a possibilidade de morte. Nossos telefones estão congestionados devido a tanta gente ligando para se informar", disse o enfermeiro Saimon Marinho.

Na zona leste, a dona de casa Andrea Levi Ramos está procurando a vacina para toda a família, mas caso não consiga, priorizará a vacinação do filho de 6 anos. Ela procurou informações em duas clínicas particulares, mas não há doses disponíveis até março. "Está bem difícil conseguir nas clínicas particulares. Eu até procurei o pediatra do meu filho que me disse que se eu não for a nenhum lugar onde tenha mata ou se não residir próximo a parques, não é preciso me alarmar". Ela também procurou os postos públicos próximos ao bairro onde reside, na Vila Matilde, mas disse que as filas estavam imensas. Depois da orientação do pediatra, ela decidiu esperar a pela vacina fracionada, já que não pretende viajar imediatamente.

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