Brasil

Emendas: Dino pede explicações ao Congresso sobre indicações que têm destino alterado

Ministro deu dez dias para que Legislativo apresente explicações após entidades da sociedade civil apontarem falhas em resolução

Decisão de Dino ocorre após o Congresso apresentar um Plano de Trabalho para dar mais transparência à execução de emendas (Gustavo Moreno/STF/Flickr)

Decisão de Dino ocorre após o Congresso apresentar um Plano de Trabalho para dar mais transparência à execução de emendas (Gustavo Moreno/STF/Flickr)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 25 de abril de 2025 às 13h00.

Última atualização em 25 de abril de 2025 às 13h08.

Tudo sobreFlávio Dino
Saiba mais

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal prestem informações, em até dez dias úteis, sobre como será feita a identificação dos autores de emendas de comissão e bancadas quando houver alterações em sua destinação.

Na decisão, o ministro também cobrou da Advocacia-Geral da União (AGU) uma explicação sobre o uso do Cadastro Integrado de Projetos de Investimento (Cipi), que deve identificar se os recursos estão sendo destinados a projetos estruturantes e como será realizado o procedimento técnico de verificação das emendas, exigido por lei.

Mais da metade das emendas de bancada voltadas para obras no Orçamento de 2025 foi direcionada pelos parlamentares a projetos fora da lista de prioridades do governo federal.

A decisão de Dino ocorre após o Congresso apresentar um Plano de Trabalho para dar mais transparência à execução de emendas, que foi homologado pelo STF em fevereiro deste ano. Organizações da sociedade civil, como Transparência Brasil e Contas Abertas, apontaram falhas na resolução aprovada pelo Legislativo para regulamentar o plano.

Entre os principais problemas listados estão falta de identificação dos autores das emendas, dificultando o controle social; concentração de poder nas mãos dos líderes partidários, sem transparência nos critérios; emendas “Pix” sem detalhamento suficiente sobre a destinação dos recursos; ausência de dados estruturados, o que dificulta o acompanhamento pelo Portal da Transparência; redução de exigências técnicas na justificativa das emendas.

O ministro reconheceu que algumas dessas falhas podem ser sanadas pela forma como a resolução é interpretada. Por exemplo, qualquer parlamentar pode apresentar emendas, e não apenas líderes de partidos – como já havia sido decidido anteriormente pelo STF.

O Congresso informou já ter iniciado a ratificação das emendas feitas em 2024, mas a Corte identificou a necessidade de ajustes técnicos, especialmente na forma de vincular as emendas às notas de empenho e de identificar os parlamentares responsáveis.

Por fim, o STF determinou que o Comitê de Admissibilidade de Emendas torne públicas suas reuniões, atas e pareceres, garantindo acesso à sociedade civil. A decisão também reitera que toda a execução orçamentária deverá estar documentada de forma acessível e rastreável, como exige a Constituição.

Acompanhe tudo sobre:Flávio DinoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Moraes determina início de cumprimento da pena de Collor em regime fechado em presídio de Maceió

Fim de semana em São Paulo terá sol, nuvens e pancadas de chuva no sábado

Defesa de Fernando Collor pede prisão domiciliar por questões de saúde

Collor passará por audiência de custódia para definir local de prisão