O programa-piloto da Embratur se chama "Voo Direto"
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2012 às 09h25.
Brasília - O governo quer atrair mais turistas estrangeiros e reduzir, com isso, a enorme diferença entre o que os brasileiros estão gastando lá fora e o dinheiro deixado aqui pelos visitantes internacionais. Para isso, a Embratur vai colocar R$ 8 milhões em um programa-piloto para divulgar novos destinos turísticos do País. A ideia do programa "Voo Direto" é fazer com que os Estados fechem parcerias com operadoras de turismo para garantir voos fretados para as cidades onde pretendem explorar o potencial turístico.
Segundo o presidente da Embratur, Flavio Dino, os Estados interessados em aderir ao programa deverão entregar um plano promocional, que será avaliado e pontuado. A proposta que tiver mais pontos vai abocanhar um volume maior de recursos para promover no exterior a localidade escolhida. Um dos critérios a serem avaliados é a ociosidade do aeroporto local: quanto maior for, mais pontos ganha.
O Estado deverá ainda firmar parceria com uma operadora de turismo para garantir frequência de voos. Para baratear os preços, a operadora terá de assumir o compromisso de oferecer voos durante a baixa temporada. No próximo dia 10, a Embratur vai lançar um edital com as regras de seleção. As propostas deverão ser entregues até o dia 12 de março. Com isso, a expectativa é de que as atividades de promoção sejam iniciadas a partir de maio.
Déficit
Os gastos de brasileiros no exterior dispararam nos últimos anos. Em 2011, os turistas pagaram US$ 21,1 bilhões em despesas e compras em outros países, um crescimento de 29% em relação a 2010, ano em que os gastos já haviam crescido 51%. Enquanto isso, os turistas estrangeiros deixaram pouco mais de US$ 6,7 bilhões no Brasil, o que provocou um déficit de quase US$ 15 bilhões nessa conta no ano passado.
Para o presidente da Embratur, boa parte do déficit das viagens internacionais é justificada pela taxa de câmbio. Na avaliação de Flavio Dino, é preciso criar medidas que incentivem a entrada de estrangeiros no País, em vez de torcer pela desvalorização do real em relação ao dólar para que os brasileiros deixem de viajar para fora. "Não dá para imaginar que todos os problemas vão se resolver com uma depreciação cambial", ressaltou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.