Brasil

Embaixadores se declaram impedidos e deixam comissão

Glivânia Maria de Oliveira e Clemente de Lima Baena Soares integravam a comissão que apura o caso do senador boliviano e declararam ter interesse no tema

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2013 às 07h59.

Brasília – O Ministério das Relações Exteriores deverá substituir os embaixadores Glivânia Maria de Oliveira e Clemente de Lima Baena Soares, chefe do Departamento de América do Sul, que faziam parte da comissão de sindicância encarregada de apurar a retirada do senador boliviano de oposição Roger Pinto Molina da Embaixada do Brasil em La Paz. Ambos se disseram impedidos de desempenhar as funções.

No caso de Baena Soares, a decisão foi tomada porque ele integrou o grupo de trabalho encarregado de negociar a saída do parlamentar boliviano. Ele alegou "ter interesse direto ou indireto" no tema. Soares fazia parte da comissão Brasil-Bolívia criada para discutir o caso do senador.

Os novos embaixadores que integrarão a comissão devem ser designados pela corregedora do Serviço no Exterior. A expectativa é que a definição ocorra após a posse hoje (28) do novo chanceler Luiz Alberto Figueiredo Machado, em substituição a Antonio Patriota.

A comissão de sindicância se reuniu ontem (27), no Itamaraty, pela primeira vez. O grupo é presidido pelo assessor especial da Controladoria-Geral da União e auditor-fiscal da Receita Federal Dionísio Carvalhedo Barbosa. A embaixadora Glivânia Maria de Oliveira é considerada uma diplomata minuciosa e precisa.

O objetivo da comissão é analisar a decisão do diplomata Eduardo Saboia, encarregado de negócios na Bolívia (o equivalente a embaixador interino), que assumiu ter conduzido todo o processo para retirar Pinto Molina da embaixada brasileira, onde estava há 15 meses. Ao justificar sua decisão, Saboia criticou a falta de ação do grupo de trabalho, do qual fazia parte o embaixador Baena Soares, que pediu para ser retirado da comissão.

A decisão de instaurar uma comissão de sindicância para apurar responsabilidades sobre a retirada do senador boliviano foi anunciada anteontem (26) pelo Itamaraty. O alvo do inquérito é Saboia. A amigos, Saboia disse que não se manifestará mais publicamente sobre o assunto até que a comissão conclua a sindicância. Porém, antes, ele explicou ter tomado a iniciativa porque o quadro se agravava com o fato de o senador boliviano estar deprimido e indicar que pretendia se suicidar. O diplomata acrescentou que tomou a decisão por razões humanitárias.

Saboia pode ser alvo de uma série de punições que podem ir de simples advertência oral, passando por uma escrita, pela suspensão temporária até a exoneração. Com mais de 20 anos de carreira, o diplomata é elogiado por superiores e colegas como um profissional sério, dedicado e disciplinado. Nos últimos meses, ele se queixava da tensão causada pela indefinição sobre Molina.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBolíviaDiplomaciaItamaratyMinistério das Relações Exteriores

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas