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Embaixada da China responde Eduardo Bolsonaro: "tiro no pé"

O consulado chinês manteve as fortes críticas ao deputado, que havia culpado o país asiático pela pandemia do novo coronavírus

Eduardo Bolsonaro: autoridades brasileiras criticaram o comentário e a postura do deputado federal (Adriano Machado/Reuters)

Eduardo Bolsonaro: autoridades brasileiras criticaram o comentário e a postura do deputado federal (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de março de 2020 às 21h16.

A Embaixada da China respondeu à nota divulgada na tarde desta quinta-feira, 19, pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), na qual o parlamentar nega ter ofendido o povo chinês em publicação no Twitter na qual atribuiu ao país asiático à responsabilidade pela pandemia do coronavírus.

Segundo Eduardo, não há intenção de criar conflito com a China, maior parceiro comercial do Brasil. Também pelo Twitter, a embaixada chinesa classificou a nota de Bolsonaro como indigna de refutação por trazer palavras "absurdas e preconceituosas, além de serem irresponsáveis".

"Aconselhamos que busque informações científicas e confiáveis nas fontes sérias como a OMS, úteis para ampliar sua visão", disse a embaixada, em referência à Organização Mundial da Saúde.

"Os seus argumentos mostram que você não está arrependido pela sua atitude, tampouco ciente dos seus erros. Ao continuar a optar por ficar no lado oposto ao povo chinês, está indo cada vez mais longe no caminho errado", continua a representação chinesa.

A embaixada ainda questiona a atitude de Eduardo Bolsonaro enquanto deputado federal, que "ao invés de contribuir devidamente para esse combate ao coronavírus, você tem gastado tempo e energia para atacar deliberadamente a China e espalhar boatos".

"Você afirma que foi eleito pelo povo, mas fica a pergunta: será que está cumprindo os seus deveres como deputado? Será que merece a confiança daqueles que votaram em si?".

Neste tuíte, a embaixada "marcou" a conta na rede social da Câmara dos Deputados, cujo presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ) pediu desculpas à China pelo que chamou de "palavras irrefletidas" do terceiro filho do presidente Jair Bolsonaro.

A Embaixada da China também disse ao deputado esperar da parte dele "uma guinada mais rapidamente possível", e alertou: "a história nos ensina que quem insiste em atacar e humilhar o povo chinês acaba sempre dando um tiro no seu próprio pé".

Mais cedo, o chanceler Ernesto Araújo também publicou uma nota no Twitter na qual afirmou que embora a posição do deputado Eduardo Bolsonaro não represente a visão do Estado brasileiro, a reação chinesa às postagens do parlamentar foi desproporcional e um desvio das boas práticas diplomáticas.

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